A agência francesa de Segurança Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (ANSM) relacionou a toma da pílula Diane 35 a quatro mortes por trombose venosa e vai suspender a venda do contracetivo. A investigação começou depois da denúncia de uma jovem vítima de acidente vascular cerebral.
O medicamento começou por ser receitado para tratar a acne, mas os médicos têm-no prescrito como contraceptivo, já que inibe a ovulação. Dominique Maraninchi, director daquela agência é peremptório: “Este medicamento não está autorizado para utilização como contracetivo”. A mesma opinião é partilhada por Philippe Even, director do hospital Necker, em Paris, que defende: “A quarta geração de pílulas como a Diane 35 deve ser excluída do mercado imediatamente, sem preocupações com a posição da Comissão Europeia”.
As 315 mil utilizadoras da Diane 35 em França vão ter três meses para para encontrar outra alternativa. Durante este período, o contracetivo será retirado do mercado faseadamente.
Em Portugal, A Sociedade Portuguesa de Contracepção e a Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) não vêem motivos para que as mulheres utilizadoras deste fármaco suspendam a sua toma, desde que o medicamento seja tomado sob orientação médica.
Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF), em declarações à Agência Lusa, considerou alarmistas as notícias que associam mortes à toma de uma pílula. O médico acrescenta que qualquer medicamento tem sempre algum risco associado e que, no caso da pílula, os benefícios superam os riscos.