O movimento #nomakeup está a ganhar cada vez mais adeptas entre as celebridades, nacionais e internacionais.
Por cá tivemos uma muito comentada campanha, que juntou atrizes como Rita Pereira e Helena Isabel sob o lema “sou linda #semmakeup”. O músico Agir fez uma música sobre o assunto, mostrando o seu apoio ao movimento.
Lá fora, a mais recente adição ao movimento #nomakeup é a cantora e compositora Alicia Keys. A intérprete de ‘This Girl is on Fire’ escreveu um artigo para o site Lenny – a nova aventura mediática de Lena Dunham, a atriz e autora da série ‘Girls’ – no qual reflete sobre a insegurança com a auto-imagem e como a constante pressão para estar sempre perfeitamente maquilhada contribuiu para isso.
Posteriormente, protagonizou uma sessão fotográfica para a revista Fault, na qual posa sem maquilhagem para a objetiva do fotógrafo Zoltan Tombor.
“Lembro-me de quando comecei a ser conhecida pelo público. Toda a gente tinha qualquer coisa a dizer: ‘Ela é tão dura, age como um rapaz, deve ser gay, devia ser mais feminina.’ Mas a verdade é que eu sou de Nova Iorque e toda a gente que eu conhecia agia como eu. Nas ruas de Nova Iorque precisas de ser dura, os outros precisam de saber que não tens medo de lutar! Mas ali não eram as ruas de Nova Iorque; era o mundo entretenimento, duro e cheio de julgamentos.”
Keys revela ainda como sentia que tinha de ser “um camaleão”, sempre a mudar para não ser julgada.
Numa das suas músicas, ‘When a Girl Can’t Be Herself”, a compositora que já leva 15 Grammys na bagagem, faz mesmo uma referência à marca de maquilhagem Maybelline: “maybe all this Maybelline is covering my self-esteem” (talvez todo este Maybelline esteja a cobrir a minha autoestima). Alicia esclarece que não se trata de um desrespeito à marca; o nome apenas funcionava bem a seguir ao “maybe” e servia o propósito da letra.
Mas foi mais tarde, numa sessão fotográfica para promover o seu novo álbum, que a ‘epifania’ chegou, quando a fotógrafa Paola Kudacki lhe pediu para a fotografar tal como chegou ao estúdio, vinda do ginásio, sem maquilhagem e com um lenço colorido na cabeça, pois achou que essa imagem refletia as novas músicas: cruas, belas e sem artifícios.
Alicia Keys anuncia, assim, ao mundo que se sente mais feliz e verdadeira sem maquilhagem e que é assim que tenciona aparecer daqui para a frente: “Juro que é a coisa mais forte, empoderadora, libertadora e mais honestamente bonita que já senti.”
A cantora termina o seu artigo, dizendo: “Não quero esconder-me mais. Nem a minha cara, nem a minha mente, nem a minha alma, nem os meus pensamentos, nem os meus sonhos, as minhas lutas ou o meu crescimento emocional. Nada.“
Keys leva esta filosofia também para cima palco, nos seus concertos, onde tem aparecido de cara lavada.
Concorde-se ou não com os seus argumentos – podemos sempre contrapôr com o facto de a maquilhagem ajudar muita gente a reforçar a sua auto-estima, a salientar o que tem de melhor e a expressar a sua criatividade –, o facto é que o movimento vai colhendo cada vez mais adeptos entre o público: só no Instagram, há mais 12 milhões de entradas para o hashtag #nomakeup.