
Foto Pexels/ Andrea Piacquadio
Sabia que qualquer alteração que surja no sistema respiratório, na laringe ou no sistema de ressonância pode levar a alterações vocais?
Na consulta da voz, alguns dos diagnósticos mais frequentemente observados são os nódulos, pólipos e quistos das pregas vocais, refluxo faringolaríngeo, paralisia das pregas vocais e situações agudas como a laringite, rinite, sinusite e faringite.
Quais os sintomas mais comuns?
Um dos sintomas mais comuns é a disfonia – termo médico para designar as alterações na qualidade da voz e inclui alterações no volume e / ou no tom de voz. É um exemplo de disfonia a rouquidão, a qual é muitas vezes acompanhada de outros sinais e sintomas tais como: pigarro, falhas vocais e por vezes perda vocal total (afonia), cansaço vocal, necessidade de muito esforço para falar, dificuldade na projeção vocal, garganta seca, dor de garganta, sensação de corpo estranho na garganta, dor cervical, falta de ar e episódios de engasgamento.
As causas para disfonia incluem um largo espectro de situações que variam desde um incorreto uso da voz à presença de lesões inflamatórias, infeciosas, lesões benignas e lesões malignas. Por esta razão, a disfonia é um sinal a que os doentes devem estar atentos e se persistir, procurar avaliação médica.
Quando se deve procurar o médico?
Tratando-se por exemplo de uma rouquidão que persiste mais do que 2-3 semanas, e em particular nos doentes fumadores, é recomendado uma avaliação presencial por otorrinolaringologia, uma vez que, na consulta de Otorrinolaringologia podem ser feitos de imediato exames, nomeadamente laringoscopia e nasofibrolaringoscopia, atualmente já com possibilidade de observação em 3D nos centros mais diferenciados, que permitem observar as pregas vocais e identificar, por exemplo, lesões benignas ou malignas que possam estar a ser a causa da rouquidão. Estes exames são feitos durante a consulta e não exigem qualquer preparação prévia.
Só depois de identificada a causa da rouquidão, será possível propor ao doente o plano terapêutico mais adequado e eficaz.
É possível prevenir?
Existe um conjunto de recomendações importantes e fundamentais para cuidar da voz e prevenir a ocorrência de problemas, nomeadamente:
- Não fume e evite ambientes com fumo de tabaco.
- Evite alimentos e bebidas muito quentes ou muito frios.
- Beba bastante água. Se costuma sentir azia, opte por beber água com pH alcalino (facilmente encontra nos supermercados).
- Evite o consumo excessivo de bebidas com cafeína tal como o café ou alguns chás ou bebidas gaseificadas ou alcoólicas.
- Evite alimentos como a cebola, laranja, chocolate, tomate, alimentos com elevado teor de gordura, condimentos picantes, que contribuem para um maior refluxo gastro-esofágico.
- Ao jantar coma pouco e espere entre duas a três horas até se deitar.
- Evite locais com ar condicionado. Nos casos em que não for possível, beba mais vezes pequenos goles de água.
- Evite pigarrear (“limpar a garganta”), gritar ou falar muito alto. Deve falar devagar e realizar pausas respiratórias frequentes, articulando bem as palavras. Deve ter uma postura corporal adequada pois isso melhora a respiração e, logo, a voz. Evite falar em ambientes com muito barulho.
Cuide da sua voz!
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.