
À medida que um dos anos mais estranhos e complicados de sempre se aproxima do fim, falta ultrapassar uma última barreira: a quadra festiva. Sim, barreira, porque com as medidas restritivas em vigor neste período, a distância física daqueles que amamos pesa (ainda) mais.
Embora saibamos que este é um esforço individual em nome de um bem coletivo, isso não a situação mais fácil. Prova disso é que, neste momento, muitas pessoas estão a debater-se com sentimentos de solidão e rejeição. Se é o seu caso, em primeiro lugar, saiba que isto é normal e não está sozinha. Para além disso, pode recorrer a determinadas ferramentas para melhorar o seu estado de espírito. Aqui ficam os conselhos das psiquiatras Carlin Barnes e Marketa Wills, ambas formadas em Harvard, que prometem ajudar nesse sentido:
Faça um plano
Isto pode fazer a diferença, especialmente em dias que normalmente passaria com entes queridos. “Envolva-se em atos de voluntariado ou de serviço comunitário para ajudar os outros”, sugere a Dra. Barnes, em declarações ao site Byrdie. Também pode planear chamadas no Zoom com aqueles que lhe são mais próximos ou até mesmo um dia dedicado ao “self-care”, com direito a tudo o que a faz sentir-se bem como, por exemplo, uma aula de ioga, ler um bom livro e/ou tomar um banho de espuma. O importante é traçar um plano e segui-lo à risca.
Reconheça os sentimentos de rejeição
O facto de ter consciência das circunstâncias especiais que vivemos não torna a experiência de ouvir alguém dizer que não se sente seguro na sua companhia mais agradável. “Reconheça que está magoada. É sempre bom permitir-se expressar a sua dor”, afirma a Dra. Wills. “Depois desafie-se a ver o copo meio cheio. Foque-se no tempo extra que terá para descansar, desfrutar de tempo de qualidade consigo mesma, ou com o núcleo familiar, e dedicar energia a passatempos relaxantes. Mantenha o foco na segurança – na sua e na da sua família – e faça o seu melhor para não levar nada a peito”.
Invista em hábitos que afastam a tristeza
É ótimo encontrar formas específicas de lidar com a quadra natalícia. No entanto, tendo em conta que ainda temos alguns meses de inverno pela frente, é uma boa ideia investir nos autocuidados a longo prazo. “Os dias mais curtos e as noites mais longas podem levar ao transtorno afetivo sazonal, portanto certifique-se de que sai à rua e apanha sol, para obter a dose diária de vitamina D”, sugere a Dra. Carlin Barnes. “Muitas pessoas bebem mais álcool durante as festas mas se tem andado particularmente triste, evite esse tipo de bebidas, que atuam como um depressor adicional”.
Outra sugestão da especialista? Afaste-se das redes sociais. “As pessoas publicam os pontos altos das suas decorações perfeitas; da árvore perfeita com montes de prendas”, explica, sublinhando que este não é necessariamente um retrato fiel da realidade.
Acima de tudo, a Dra. Marketa Wills diz que deve desprender-se da ideia de uma “época festiva perfeita”, porque isso não vai acontecer este ano. “Tire essa pressão dos ombros”.