
Muitos pais, num momento ou outro, já foram culpados de invalidar os sentimentos dos filhos.
“Na maioria dos casos, eles estão simplesmente a repetir o que lhes foi dito na infância e temem que reconhecer as grandes emoções dos filhos possa, potencialmente, reforçar comportamentos indesejados ou deixá-los mais chateados no momento”, explica a conselheira de saúde mental licenciada Kailey Spina Horan à revista Psychology Today.
A especialista partilha ainda alguns exemplos de declarações comuns que os pais devem evitar dizer aos filhos:
- “Não tens motivos para estar chateado(a). Mais ninguém se sente assim”. Este é um exemplo clássico de dizer a outra pessoa como é que ela deveria sentir-se;
- “Não foi isso que aconteceu”. Intencional ou não, este é um excelente exemplo de gaslighting, um tipo de manipulação psicológica que leva alguém a questionar as próprias memórias, perspetivas e até mesmo a realidade;
- “Como é que achas que isso me faz sentir?”. Depois de validar o outro, pode perguntar gentilmente se ele está disposto a ouvir sobre os seus sentimentos e experiências. O objetivo deve ser a resolução de conflitos, e não o escalar;
- “És tão dramático(a)”. Fazer afirmações sobre o caráter de outra pessoa é a maneira mais rápida de deixá-la na defensiva. Quando estamos na defensiva, paramos de ouvir completamente;
- “Bom, a vida não é justa”. Este tipo de declaração abrangente pode criar crenças negativas profundas na criança e ‘manchar’ as lentes com que esta vê a vida;
- “Porque é que não és mais parecido(a) com o teu irmão?” Na linguagem de uma criança, isto pode ser facilmente interpretado como “Não sou bom o suficiente”, “Algo está errado comigo” ou “Não sou normal”;
- “Para de chorar! Não há motivos para estares a chorar”. Isto pode revelar que o adulto sente algum desconforto com a forma como a criança expressa emoções. Por conseguinte, a criança pode começar a experienciar uma profunda sensação de vulnerabilidade e constrangimento ao chorar à frente de outras pessoas.