Claro que nem toda a gente vai gostar de todos, porque, aos 12 ou aos 72, toda a gente é diferente. Mas todos vão gostar de algum… Problema: a maioria já foi adaptada ao cinema. De qualquer maneira, ler o livro é sempre diferente de ver o filme.
1. ‘Mulherzinhas‘, Louisa May Alcott
A vida destas quatro irmãs permanece tão atual como há 150 anos. É estranho, mas é verdade.
2. ‘Harry Potter’, J.K. Rowling
Está bem que eles todos agora veem em filme. Mas dê-lhes os livros. É tão diferente!
3. ‘O meu pé de laranja lima‘, José Mauro de Vasconcelos
Lembra-se dele? Os seus filhos também o vão recordar. Se lhe disserem que não gostaram, é porque não leram.
4. ‘Rato Picado’, David Walliams
O humorista inglês é um fantástico autor para crianças: aqui seguimos uma menina de um bairro social às voltas com a sua sina e fartamo-nos de rir. O final, mesmo com todas as desgraças, é um hino à inclusão e à compreensão dos outros. Muito divertido e ao mesmo tempo muito triste, o que é estranho. Mas com final feliz garantido.
5. ‘As Aventuras do Menino Nicolau‘, Sempé/Goscinny
Uma barrigada de riso inteligente dos autores do eterno Astérix. Este é que não há criança que não goste. O que é preciso: alguma destreza de leitura, para que o leitor consiga descontrair-se e dar as boas gargalhadas que o livro merece, porque se estiver em esforço isso não se consegue.
6. ‘As Férias’, Condessa de Segur
Da Condessa injustamente esquecida vem um livro apaixonante: tem ilhas perdidas, piratas e até canibais! Eles já não vibram com livros escritos há 20 anos, quanto mais no século XIX? Experimente.
7. ‘A Princesinha’, de Frances Burnett
É um clássico comovente sobre o poder da imaginação quando a vida se torna demasiado dura e a infância já se perdeu (cuidado que não é delicodoce nem tão infantil como parece na capa). Já agora, não esqueça o mágico ‘Jardim Secreto’, da mesma autora.
8. ‘História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar’, Luís Sepúlveda
Pode haver quem ainda não consiga lê-lo aos 12 anos, mas para quem já lê bem, é uma história de amizade e solidariedade. Se o seu filho ainda não conseguir lê-lo, leiam os pais.
9. ‘Beleza negra’, de Anna Sewell
Eles vão chorar o tempo todo com a triste história de um cavalo na Inglaterra vitoriana. Chorar a ler é uma experiência que passámos a restringir às crianças, e depois queixamo-nos de que não são solidárias. Muito bom para incentivar a empatia, principalmente com os animais.
10. ‘O rapaz do pijama às riscas’, John Boyne
Com um final chocante, este livro sobre a amizade em tempo de guerra tornou-se instantaneamente um clássico. Há quem ache demasiado duro para uma criança. É definitivamente chocante, mas os ‘choques’ também os fazem pensar e crescer.
11. ‘As bruxas’, Roald Dahl
Como é que se vê se uma pessoa é bruxa? Aprendemos tudo no clássico de Dahl. Muito divertido e um bocadinho surrealista, para leitores mais novos.
12. ‘A Estranha Vida de Nobody Owens‘, Neil Gaiman
Se calhar nunca ouviu falar dele, mas é um livro diferente para aquele tipo de miúdo que não gosta de coisas banais. O título original, ‘O livro do cemitério’, afastaria muitos adultos, mas esta aventura passada, pois, num cemitério, é uma celebração da diferença e da imaginação.
E AUTORES PORTUGUESES?
Pedimos a Ana Margarida Ramos, investigadora e professora de Literatura para a infância e juventude, da Univ. de Aveiro, que escolhesse cinco ‘nacionais’. Os ‘premiados’ foram: ‘Rosa, Minha Irmã Rosa’, Alice Vieira, ‘O Rapaz dos sapatos prateados’, Álvaro Magalhães, ‘Os livros que devoraram o meu pai’, Afonso Cruz, ‘Constantino, Guardador de vacas e de sonhos’, Alves Redol, e ‘A Menina do Mar’, Sophia de Mello Breyner.