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Reuters

7 horas, acabámos de chegar, e de repente parece que todo o autocontrolo se esvai: já não queremos saber da gordura, já não exigimos que tenha ‘light’ escrito em lado nenhum, já não contamos caloria nenhuma: batatas fritas, chocolate, queijo, bolachas, vai tudo. E a pergunta básica é esta: porque é que temos tanta fome quando chegamos a casa?

Basicamente, porque… nos esquecemos de comer. “A sensação de fome surge quando se passou mais tempo do que o devido sem se ingerir alimentos, ou quando se ingeriu uma quantidade insuficiente de alimentos na última refeição ou ao longo do dia”, explica a nutricionista Ângela Henriques. “Nestas condições, desencadeiam-se alterações hormonais que fazem aumentar as hormonas que estimulam o apetite, o que dificulta o controlo sobre a quantidade e qualidade dos alimentos que comemos”.

Ou seja, o maior inimigo das mulheres é precisamente o autocontrolo que exercem ao longo do dia, mas que quebra quando o sol desce. Habituamo-nos a diminuir as doses, a beber um café ao pequeno almoço, a comer uma folha de alface ao almoço e um iogurte ao lanche, mas a verdade é que um iogurte não alimenta ninguém, e a ausência de proteínas típica das mulheres faz com que aguentem mal as oito horas que passam fora de casa. “Um dos erros alimentares mais frequentes é saltar refeições”, nota Ângela Henriques.

Os petiscos mais apetecidos

“Como Cícero dizia “O melhor tempero da comida é a fome”, nota Ângela Henriques. “Quando o apetite está desequilibrado devido à privação de alimentos, a fome voraz pode prejudicar uma seleção racional de alimentos. Resultado: temos tendência a escolher alimentos que não requerem preparação, que saciam rapidamente e de elevada densidade energética (ricos em calorias e pobres em nutrientes protetores e reguladores como fibra, vitaminas e minerais), principalmente os açucarados e as gorduras, como é caso do presunto, bolachas amanteigadas ou com recheio, e leite condensado.”

Mas há dois tipos de fome: fome ‘real’ e fome emocional. Habituámo-nos a considerar o tipo de comida acima mencionado como ‘comida de conforto’, aquela que escolhemos quando estamos em baixo ou tivemos um dia complicado.

“Mas curiosamente”, nota Brian Wansink, diretor do Food and Brad Lab da Universidade de Illinois, “a comida de conforto também pode ser ingerida para manter o bom humor.”

Segundo o mesmo investigador, o tipo de comida escolhida também depende do estado de espírito: “As pessoas contentes tendem a escolher pizza ou queijo, as pessoas que estão tristes escolhem comida açucarada como gelado ou bolachas, e uma grande parte das pessoas aborrecidas atacam o pacote de batatas fritas… (www.webmd.com)

Dois tipos de fome

Atacar o frigorífico é assim, muitas vezes, uma forma de compensação pelos aborrecimentos do dia, uma forma de gerir o stresse, a fadiga, a angústia… Segundo um estudo da Universidade de Maryland, 75% das pessoas que comem demais fazem-no por razões emocionais. Problema: a fome emocional tende a engordar-nos, porque, precisamente, comemos quando não temos fome real, o que significa que não precisamos daquelas calorias.

Resultado: nem resolvemos os nossos problemas nem conseguimos alimentar-nos decentemente, e muitas vezes acabamos com sentimentos de culpa acumulados, em vez do conforto que procurávamos.

Portanto, a primeira coisa a fazer é descobrir se temos fome real ou fome emocional.

Como distingui-las? É fácil (ou parece…): segundo site www.webmd.com, a fome emocional aparece subitamente, a fome real é gradual.

A fome emocional leva-nos a desejar um alimento específico, como piza ou gelado. Quando se tem fome real, temos fome de quase tudo.

A fome emocional é urgente, dá-nos a sensação de que temos de a satisfazer imediatamente. A fome real pode esperar. Mesmo que se tenha o estômago cheio, se a fome é emocional continuamos a comer: precisamente porque a fome não vem do estômago mas da alma…

É possível controlar?

Agora que já identificámos o nosso tipo de fome, como lidar com as duas? O truque, diz o estudo de Illinois, não é ´restringir mas moderar – em vez de comer o gelado todo, coma só duas colheres. Se perceber que é muito difícil parar, aí o melhor é mesmo não ter tentações em casa, e preparar uma chávena de chá para se entreter. 

Mas o mais importante é fazer prevenção ao longo do dia: “Para prevenir a sensação de fome é necessário planear os horários e conteúdo das refeições”, explica Ângela Henriques. “Evitar passar mais do que 3 horas sem comer, o que significa um total de 5 a 7 refeições diárias – 3 refeições principais; 2 a 3 merendas durante a manhã e tarde; e ceia”.

Também deve fazer sempre refeições completas: “Ou seja, ao pequeno-almoço, refeições intermédias e ceia, combinar pelo menos dois alimentos, que podem variar entre leite, derivados ou fruta, com pão de mistura, bolachas simples, tipo água e sal, Maria ou torrada, ou cereais de pequeno-almoço. Devemos iniciar o almoço e jantar com sopa de legumes e hortaliças, a que se segue um prato com carne, peixe ou ovos com arroz, batata, massa ou leguminosas, a que acrescenta vegetais crus ou cozinhados. A sobremesa deve ser fruta, e a refeição acompanhada com água.”

Conclusão: é possível, sim, fazer do frigorífico um amigo. “Ao fim do dia o frigorífico pode e deve ser, não atacado, mas sim visitado, para fazer a refeição correspondente ao momento.”

NÃO COMER DEPOIS DAS 9 DA NOITE É MITO

“É falso que não se deva comer depois das 21 horas”, nota a nutricionista Ângela Henriques. “O que realmente importa é que o jejum noturno seja inferior a 10 horas, para evitar hipoglicemia. Para um indivíduo que jante às 20 horas, se deite às 23 horas e tome o pequeno-almoço às 8 horas do dia seguinte, a ceia é obrigatória, 2 a 3 horas após o jantar. Na primavera e verão, como os dias maiores, a ceia pode ser sempre necessária.”

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