O consumo de álcool pode aumentar em 50% a probabilidade de ter cancro da pele, o tipo de cancro mais letal e que afecta muitos jovens. A conclusão é de um estudo, realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Milão e publicado no British Journal of Dermatology, que teve como objectivo "quantificar o grau em que o risco de melanoma aumenta com a ingestão de álcool", segundo uma das pesquisadoras.
Os resultados indicam que quem bebe, regularmente, pelo menos uma bebida por dia tem mais 10% de probabilidade de ter cancro na pele, quando exposto aos mesmos fatores de risco para o cancro de pele, comparativamente às pessoas que não bebem ou que só o fazem ocasionalmente. Os consumidores que bebem dois copos por dia têm mais 18% de probabilidade ter melanoma, nas mesmas condições. Os valores sobem para 55% no casos em que são consumidas pelos menos 4 bebidas por dia.
Os cientistas que desenvolveram o estudo revelam que o álcool causa mudanças biológicas que tornam a pele mais sensível à luz e pode agravar o impacto da exposição à luz ultravioleta. Segundo Eva Negri, uma das autoras do estudo, afirmou: "Sabemos que, na presença de radiação UV, beber álcool pode alterar a imunocompetência do organismo, a capacidade de produzir uma resposta imunitária normal. Isto pode levar a danos celulares muito mais extensos e levar à formação de tumores."
O processo que faz com que o álcool aumente o risco de melanoma ainda não está totalmente desvendado. Mas os cientistas acreditam que o etanol é convertido num composto químico chamado acetaldeído, que torna a pele mais sensível à luz.
Os especialistas observam que este estudo é mais uma prova da necessidade de gozarmos o sol com mais responsabilidade, não esquecendo o uso de proteção solar adequada ao tipo de pele e, se possível, pondo o álcool de parte… ou, pelo menos, bebendo com mais moderação.