A utilização de protetor solar é importante todos os dias. Porém, nos dias de maior calor, quando a radiação solar atira o índice ultravioleta (IUV) para valores bem altos, é ainda mais importante. Principalmente quando o plano na agenda é apanhar uns banhos de sol.
Como é que o protetor solar funciona
Ao utilizar protetor solar, está a formar na sua pele um filtro solar que funciona como uma malha protetora. O produto, quando bem aplicado, cria uma segunda pele invisível que vai impedir os raios UV de serem absorvidos, de forma nociva, pela pele.
Esta camada aguenta intacta mais ou menos tempo, dependendo do fator de proteção solar (FPS) presente na embalagem. Imagine que a sua pele, quando exposta ao sol, sem qualquer tipo de proteção, demoraria 15 minutos a desenvolver uma queimadura. Usando um SPF 30, o filtro solar criado pelo protetor faria com que demorasse 30 vezes mais tempo. No caso de um SPF 50, demoraria 50 vezes mais.
Esta é uma forma teórica de simplificar a informação. Na prática, esta malha protetora depende de vários fatores. Um deles, o mais comprometedor, é também o que mais commumente é negligenciado.
Bolo de cenoura com cobertura de chocolate
Imagine a cobertura de um bolo (sei que parece despropositado, mas vai fazer sentido daqui a nada). Fez um bolo de cenoura e vai cobri-lo com uma calda de chocolate. O ideal é que, ao derramar a calda, o bolo fique completamente coberto, certo? E com uma camada bem densa. Desta forma, teríamos o bolo perfeito. Se, por outro lado, não tiver calda suficiente, depois de derramar o chocolate, não vai conseguir cobrir o bolo todo. Quando a calda assentar, haverá partes do bolo à mostra. O protetor solar funciona exatamente da mesma forma.
Lembra-se da malha protetora de que falávamos antes? Para que se forme devidamente, tem de aplicar protetor solar suficiente. Caso contrário, não conseguirá o fator de proteção indicado na embalagem. Quando espalha o produto, o ideal é ter quantidade suficiente para cobrir todas as áreas do corpo expostas ao sol, de maneira a criar uma camada de proteção o mais homogénea possível. Da mesma forma que, no bolo de cenoura ideal, não existem partes sem chocolate, numa aplicação exemplar de protetor solar também não haverá pele exposta.
Ora, uma calda de chocolate é um bocadinho mais opaca do que a camada de protetor solar que queremos no nosso corpo. É bastante mais difícil de perceber a quantidade certa de produto quando não estamos a falar de bolos.
A medida certa
Para garantir que conseguimos a tão desejada proteção, há uma medida de referência: dois miligramas de protetor solar por centimetro quadrado de pele (2mg/cm2). Em que é que isto de traduz? Uma colher de chá para o rosto, uma medida de shot para o corpo todo.
Não se preocupe, não está sozinha, a grande maioria das pessoas não usa a quantidade suficiente. E isso explica todas as embalagens de protetor solar compradas para aquela semana de praia que voltam a meio. Não é suposto. Nem que fosse de férias sozinhas, se usasse a quantidade recomendada de produto, uma embalagem não seria suficiente.
Até porque, para garantir que esta malha protetora permanece intacta, quando em exposição ao sol, o recomendado é que reaplique protetor solar de duas em duas horas. Para não falar de todas as vezes que vai à água. E considerando a transpiração como outro dos fatores que enfraquece esta segunda pele protetora.
Que protetor solar escolher
É importante que o protetor solar escolhido tenha a combinação de alta proteção UVA e UVB. Desta forma, estará protegida contra os efeitos nocivos do sol, como queimaduras solares (causadas pelos UVB), mas também consequências a longo prazo, como o fotoenvelhecimento (causado pelos UVA).
De resto, como na maioria dos casos (quando falamos em cosmética), a recomendação é a mesma: o melhor produto é aquele que vai usar. Não vale a pena comprar um produto caro e depois usá-lo a medo, correndo o risco de não aplicar a quantidade necessária. Pode perfeitamente optar, por exemplo, por marcas vendidas em supermercado, tipicamente mais económicas – e muitas vezes em promoção – sem receios que a eficácia seja menor, porque não é.
Se, por outro lado, valoriza a experiência de utilização, o critério de escolha pode passar pela textura ou fragrância do produto. Há também formulas mais complexas que, além de proteger da radiação, têm uma maior preocupação com o envelhecimento da pele ou o aparecimento de manchas. E a prevenção nunca é de mais.
Falando em texturas, fórmulas em creme são ideais para peles mais secas. Já as loções, por serem mais fluidas e menos gordurosas, são mais fáceis de espalhar, o que torna a aplicação mais simples. Fórmulas em gel são ideias em áreas com pelo, o que faz delas uma boa solução para os homens. Invariavelmente, os protetores solares em spray são os mais práticos – e funcionam muito bem com crianças. Têm um senão: é mais difícil de compreender a área de pele em que já foi aplicado, bem como se a quantidade utilizada foi a suficiente. Os sticks são muito práticos para reaplicação no rosto, ou em áreas mais sensíveis, como tatuagens ou cicatrizes.
Pode encontrar, na fotogaleria abaixo, opções que cobrem todos os gostos.
Lembre-se, o importante é escolher um protetor solar que goste de utilizar. Seja pela textura, pela fragrância, pela praticidade ou pelo preço. Use a quantidade certa, sem medos, e reaplique de duas em duas horas, ou sempre que for à água. Esta é a melhor forma de garantir que está protegida.
#emBeleza
Tudo o que precisa de saber em Beleza, pela jornalista Carmo Lico. Pele, perfumes, maquilhagem e cabelo: as novidades, os indispensáveis e os que o vão passar a ser, assim que os conhecer.