Não houve grandes surpresas na 86ª cerimónia da entrega dos Oscares, que decorreu no Dolby Theater de Los Angeles. Uma edição marca por filmes baseados em histórias reais, como era o caso de ’12 Anos Escravo’, ‘O Clube de Dallas’ ou ‘O Lobo de Wall Street’, um dos grandes perdedores da noite.
’12 anos Escravo’, a história de Solomon Northup, um negro livre norte-americano que é raptado e escravizado para trabalhar numa plantação do sul do país, levou o Oscar de Melhor Filme. Brad Pitt, ator e produtor do filme, subiu ao palco no final da cerimónia para agradecer primeiro o prémio e passar a palavra a Steve McQueen “o homem extraordinário que nos reuniu a todos neste filme”.
“Dedico este prémio a todas as pessoas que sofreram a escravatura – e ainda hoje há 21 milhões de pessoas que são escravizadas. Todos temos o direito, não a sobreviver, mas a viver dignamente e esse é um dos grandes legados de Solomon Northup’”, disse McQueen, realizador e produtor do filme, no seu discurso de aceitação.
O filme mereceu ainda o Oscar de Melhor Argumento Adaptado, atribuído a John Ridley, e de Melhor Atriz Secundária, entregue a Lupita Nyong’O.
O Melhor Argumento Original foi para o favorito Spike Jonze, por ‘Her – Uma História de Amor’, já antes nomeado por ‘Queres ser John Malkovich?’. Jonze foi motivo de polémica durante semana passada, depois de ser acusado por dois argumentistas de ter roubado a ideia para o argumento de ‘Her’.
O Oscar de Melhor Realizador foi para Alfonso Cuarón, por ‘Gravidade‘, passando assim à frente de grandes favoritos como Martin Scorsese (O Lobo de Wall Street) ou Steve McQueen por ’12 anos escravo’. No seu discurso, o realizador fez uma referência especial a Sandra Bullock, que assistia emocionada nas primeiras filas. “Sandy, o ‘Gravidade’ és tu. És uma das melhores atrizes e das melhores pessoas que eu já conheci.” O realizador mexicano dedicou ainda palavras emocionadas em espanhol para agradecer à família.
Nomeado para 10 Oscares, ‘Gravidade’ conquistou alguns dos principais prémios nas categorias técnicas, como Melhor Mistura de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Visuais. Mais tarde, vieram os prémios de Melhor Fotografia e Melhor Montagem (Oscar entregue também a Alfonso Cuarón, co-responsável por esta categoria).
Os Melhores Atores feminino e masculino foram Cate Blanchett (Blue Jasmin) e Matthew McConnaughey pelo seu elogiado papel em ‘O Clube de Dallas’, de onde saiu também o Melhor Ator Secundário, Jared Leto.
Esta era primeira nomeação Matthew McConnaughey para o Oscar e o ator, que perdeu 20kg para este papel, estava orgulhoso, salientando a importância do sonho e da ambição na sua carreira. Agradecendo a Jared Leto e ao realizador, à mãe e à mulher, Camila Alves, o ator fez mais um dos seus habituais longos e espirituosos discursos de aceitação.
Jared Leto homenageou a mãe no seu discurso, uma mulher que teve o primeiro filho ainda na adolescência e criou duas crianças de forma independente, ensinando-os a ser criativos. Virou também as atenções da audiência para os conflitos na Venezuela e na Ucrânia. “Estamos a pensar em vocês.”
A Melhor Banda Sonora Original foi entregue a ‘Gravidade’, mais concretamente ao seu compositor, o britânico Steven Price.
O Oscar para Melhor Música fugiu aos U2 mas foi para o outro nomeado de peso em matéria musical, ‘Frozen: o Reino do Gelo, com a canção ‘Let it Go’, da autoria da divertida dupla de compositores Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez.
O Melhor Design de Produção foi para ‘O Grande Gatsby’, que conquistou ainda o prémio para Melhor Guarda-Roupa.
O Melhor Filme estrangeiro veio de Itália: ‘A Grande Beleza’.
O Melhor Filme de Animação foi o já favorito e aguardado ‘Frozen: O Reino de Gelo’, uma produção dos estúdios Disney.
O Oscar para Melhor Maquilhagem e Styling de Cabelos foi para ‘O Clube de Dalas’.
Melhor Documentário: ’20 Feet from Stardom’.
Melhor Curta Metragem: ‘Mr. Hublot’.