Beyoncé. Rihanna. Yara Shahidi. Tiffany Haddish. Tracee Ellis Ross. Lupita Nyong’o. Zendaya. Slick Woods. Issa Rae. Aja Naomi King. Laverne Cox.
Num momento sem precedentes a nível internacional, quase todas as publicações mainstream de moda, incluindo a ‘Vogue’, ‘Glamour’ e ‘Elle’, têm mulheres negras, com diferentes tons de pele e texturas de cabelo, na capa daquela que é considerada a maior edição do ano (tanto no tamanho como na importância).
Até mesmo a ‘InStyle’, que tem Jennifer Aniston na capa principal, juntou-se ao movimento, tendo escolhido a modelo Imaan Hammam para destaque de uma das suas edições para subscritores.
O statement é poderoso no diz respeito a beleza, negritude e reconhecimento de tastemakers culturais, e mostra que a narrativa está a mudar. Acima de tudo, dá um novo fôlego a um ciclo iniciado há 53 anos, quando Donyale Luna fez história como a primeira mulher negra na capa de uma revista de moda, a ‘Harper’s Bazaar’, em 1965. No ano seguinte, foi também a primeira modelo negra a agraciar a capa da ‘Vogue’ britânica – a ‘Vogue’ norte-americana só deu o passo em 1974 com a modelo Beverly Johnson como estrela de capa.
A importância da edição de setembro
Setembro é sinónimo de reinvenção e remete para um começar do zero. Também representa o início de uma nova temporada de moda após um longo reinado dos dias quentes, e as publicações lucram com o interesse dos leitores em renovar e transformar o guarda-roupa nesta altura do ano. Prova disso é o aumento exponencial da publicidade, visto que as marcas e empresas pagam muito mais para serem incluídas nesta publicação.
Durante algum tempo, o poder de setembro era conhecido apenas na indústria da moda, contudo a popularidade do documentário ‘The September Issue‘ (2009) consciencializou o público no geral da sua importância. Ao seguir minuciosamente os bastidores da criação de uma edição de setembro da ‘Vogue’, que começa a ser pensada com um ano de antecedência, o realizador R J Cutler conferiu uma certa misticidade à revista, suscitando muita curiosidade e expectativa em relação ao resultado final. Nesse sentido, a capa de setembro passou a ser vista pelos títulos como crucial, sendo que é a primeira coisa que as leitoras veem e pode beneficiar ou prejudicar a perceção geral da revista – e a probabilidade de esta ser comprada.