Quando tinha apenas 15 anos, Charlize Theron assistiu à morte do seu pai, Charles, perpetrada pela sua mãe, Gerda, em legítima defesa.
A atriz sul-africana, de 44 anos, conversou com a NPR sobre o que aconteceu essa noite.
“O meu pai estava tão bêbado que mal conseguia andar quando entrou em casa com uma arma”, disse Charlize. “A minha mãe e eu estávamos no meu quarto, encostadas à porta, porque ele estava a tentar entrar”, disse.
“O meu pai deu um passo para trás e disparou pela porta três vezes. Nenhuma das balas nos atingiu, o que foi um milagre”, disse. E foi para salvar a filha, e a si que Gerda disparou sobre o marido. “Mas foi em legítima defesa, ela acabou com a ameaça”, reforçou Charlize. Na época, nenhuma acusação foi feita contra Gerda.
Esse episódio – e todos os outros que vivera antes com um pai agressor – marcaram para sempre a vida de Charlize, que, na entrevista, reconheceu não ter vergonha de falar sobre violência doméstica. “Acredito que, quanto mais falamos sobre essas coisas, mais percebemos que não estamos sozinhos em nada disso”, acrescentou. “Acho que, para mim, sempre foi uma história sobre o que é crescer com viciados e o que isso faz a uma pessoa”.
“Eu conhecia-o apenas de uma maneira, e isso era como alcoólico”, disse ainda. “Era uma situação bastante desesperada. A nossa família estava presa nessa situação. E a imprevisibilidade do que é o dia-a-dia a viver com um viciado é algo que fica connosco o resto da vida, mais do que apenas este evento que aconteceu uma noite. ”