
Tem apenas 16 anos, mas a sua voz já nos é bastante familiar. Canta o amor, o desamor e a vida como ela é, numa magnitude e intensidade que vão muito para além da idade que tem. E é por isso que Rita Rocha é um caso sério de talento e uma afirmação da pop nacional. Músicas como “Mais ou Menos Isto”, “Judo” ou “Outros Planos” já fazem parte dos nossos dias e estabeleceram-se no panorama musical português por direito próprio. E tudo porque Rita sempre acreditou que os sonhos podem ser reais, mas passou a experienciar isso quando participou no The Voice Kids e, a partir daí, estabeleceu uma relação de admiração, cumplicidade e amizade com Carolina Deslandes, a sua mentora e uma das suas maiores fãs. Carolina deu-lhe a mão e mostrou-lhe como se agarram os sonhos e hoje Rita percorre orgulhosamente esse caminho onde o talento fala sempre mais alto. Em conversa com a ACTIVA online, mostrou um bocadinho mais de si e deste caminho.
“Não sou de falar, sou de esconder”, cantas. As palavras que não dizes fazem depois mais sentido nas músicas que compões e interpretas?
Sim! Para mim é muito mais fácil expressar qualquer tipo de sentimento através do canto do que propriamente num discurso direto.
As letras que cantas seguem a linha da tua vida. Poderes cantar o que vives, envolva felicidade ou dor, é uma forma de processares os sentimentos?
Sem dúvida. Acho que aquilo que para mim é tão difícil de dizer, torna-se mais fácil de escrever e cantar. Tudo aquilo que não consigo expressar tão bem num discurso cara a cara vai parar às minha notas do telemóvel.

Torna mais fácil de gerir as dores de crescimento?
Eu sou só uma miúda de 16 anos que tem as suas frustrações, inseguranças e ambições próprias da idade. Fica mais fácil geri-las quando escrevo e canto sobre elas.
E como te sentes ao ver tanta gente a cantar-te a ti?
É inacreditável ver que tanta gente se relaciona com as minhas canções. Quando eu me relaciono com uma canção, vai logo parar à minha playlist preferida. E o facto de estar na playlist preferida de alguém é algo que considero um privilégio.
Aquilo que para mim é tão difícil de dizer, torna-se mais fácil de escrever e cantar. Tudo aquilo que não consigo expressar tão bem num discurso cara a cara vai parar às minha notas do telemóvel.
Li uma frase tua em que dizias que costumavas cantar no chuveiro, para zero pessoas. Mas a realidade agora é muito diferente. Como se gere tamanha mudança?
Na verdade, não é muito difícil se tivermos as pessoas certas ao nosso lado. De facto, tudo mudou e muito rápido, mas apesar de ocasionalmente cantar para mais pessoas para além da minha família, também continuo a cantar no banho sozinha.
Percebeste cedo o que querias fazer e é cedo que estás a conseguir concretizar os teus sonhos. Falar de felicidade é pouco para tudo o que isto representa?
Acho que é quase impossível descrever em palavras o que sinto com isto tudo. Acho que qualquer palavra é pouco.

Tens 16 anos, mas quem te ouve dificilmente o adivinha. Quando se canta o amor e o desamor, há uma profundidade inerente?
Acho que canto sobre o amor desde que me lembro e acho que é transversal a todas as idades. Com dez anos escrevia sobre o amor de uma determinada maneira e hoje em dia escrevo de outra. Provavelmente aos 30 vou continuar a escrever sobre o amor, mas de outra maneira… A profundidade do tema não está tanto na idade, mas na visão que temos dele, sendo que nunca é suficiente, há sempre coisas a dizer sobre o amor.
A palavra normalidade ainda cabe nos teus dias de adolescente ou torna-se difícil enquadrá-la, com tudo o que tens vivido através da música?
Depende do que se considera normalidade. Consigo fazer tudo que fazia antigamente, mas aprendi a organizar melhor a minha vida.
É inacreditável ver que tanta gente se relaciona com as minhas canções.
Como imaginas os próximos anos?
Não gosto muito de pensar no futuro, gosto de desfrutar o presente que está a ser tão bom. Mas, se o futuro se equiparar com este presente, sei que vou ser uma privilegiada porque vou estar a fazer aquilo que realmente gosto.
Sentes que encontraste o teu destino?
Acho que sempre soube que queria fazer da música grande parte da minha vida e sei que, se o conseguir, é muito devido a todas as pessoas que caminharam ao meu lado e uma grande agência que acreditou em mim quando eu própria não acreditava.