Há quem entenda o perfume como um luxo. Não julgo e tendo a concordar, na medida em que usar uma fragrância faz-me sentir especial. Há quem os guarde para dias importantes. Pessoalmente, por ser uma apaixonada, não passa um dia sem que use (pelo menos) um. Estou em crer que foi a quantidade de perfume que usei durante a quarentena que garantiu os mínimos olímpicos da minha sanidade mental (já podemos falar abertamente sobre isto, não já?).
Uso perfume religiosamente todos os dias, mesmo que fique em casa. E se sair à pressa e esquecer as duas ou três borrifadelas, volto atrás, em busca do detalhe imprescindível. Há alguma coisa na rotina de escolher o perfume do dia que me enobrece. É um processo de introspeção, o momento em que me pergunto “quem é que me apetece ser hoje?”.
O preço
Por ser um luxo tão poderoso, percebo que haja a ideia formada de que um perfume, para ser bom, tem de ser caro. Mas isso não é obrigatoriamente verdade. Não é preciso gastar uma fortuna para ter uma fragrância que anima o dia a dia. Um orçamento apertado não tem de ser desculpa para guardar o seu perfume só para os ‘dias especiais’. Todos os dias são bons dias para usar uma fragrância.
Gostos à parte, há vários fatores que fazem de um perfume um bom perfume. E não, nenhum deles é o preço. Uma fragrância menos complexa será mais facilmente associada a uma qualidade inferior. Não tem que ver com o mais ou menos forte que o perfume é. Aliás, há vários bem leves e subtis de uma qualidade surpreendente. Tem de haver um equilíbrio. Em última instância, um bom perfume tem de nos dizer alguma coisa, tem de nos fazer sentir algo, tem de provocar algo em nós. Cheirar um perfume bom é fazer uma viagem por paisagens idílicas, que nos fazem sorrir, e dão-nos vontade de cheirar de novo.
Bons e baratos
Para os dias de verão, deixo-lhe uma seleção de onze perfumes, dos mais doces aos mais frescos, dos mais comerciais aos menos consensuais. Todos com algo em comum: o preço na etiqueta não é proporcional à qualidade do produto.