Quantas vezes na nossa vida ouvimos ou já nos ouvimos dizer umas às outras, ou até mesmo a nós próprias, que “não tens idade para isso”? Não tens idade para ires para a escola de unhas pintadas. Já não tens idade para brincar com bonecas. Já não tens idade para estar ainda solteira e muito menos sem filhos. Mais filhos? Já não tens idade para isso. Mudar? Já não tens idade para isso.
Julgamos e julgamo-nos. Fazemos ioga para nos silenciarmos. Os livros de autoajuda proliferam para calar a nossa voz interior. Temos sempre pronta uma voz crítica para os outros e para nós.
E nestes tempos em que tanto se procura estar bem, em que assistimos dos nossos ecrãs os outros a parecerem bem, pela música dos Imagine Dragons lembramos-nos que “it ́s ok not to be ok” e que faz parte de nós não estar sempre bem.
Que tal baixar a guarda? Que tal olharmos para o bem-estar na sua dimensão individual e podermos ser quem somos, como somos em todos os momentos da nossa vida?
Homens e mulheres são catalogados pelo que se espera deles e pelos padrões definidos nos tempos dos nossos avós e bisavós. Os homens têm de ser fortes, ganhar dinheiro, sustentar uma casa, ah… e, já agora, perceber de mecânica ou canalização. Já as mulheres têm de ser meigas, maternais, prendadas, e, já agora, organizadas.
E quando tudo se baralha e se volta a distribuir as cartas? Quando as mulheres trabalham tanto fora de casa como os homens? Quando os homens trabalham tanto dentro de casa como as mulheres? E estas são ainda definidas pelo que se espera de cada etapa da sua vida, com códigos e regras bem claras para cada fase?
“És nova demais para isso… Já devias ser mãe. Agora, com essa idade, não podes.”
Cada etapa devia ser uma oportunidade de (re)descoberta. Tudo o que de bom e mau vivemos faz parte do que somos.
As marcas têm o dever de contribuir para um mundo mais aberto, sem limitações impostas por estereótipos. É fundamental que, nas suas ações diárias e em pleno século XXI, promovam com seriedade e sem preconceitos uma visão inclusiva e diversificada da vida.
Enquanto responsável pela comunicação de uma marca de beleza e bem-estar estou empenhada em dar o meu contributo para que as nossas filhas e filhos passem pelas várias fazes da vida sem julgamentos. Num mundo mais aberto, esclarecido e informado.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.