1- Dizer “não é nada” ou simplesmente “naaaaaada”, com ar obviamente amuado, quando de facto algo se passa.
Ele sabe, ela sabe, ambos sabem que que alguma coisinha caiu mal e que mais vale desabafar, colocar o assunto cá para fora, matar o dragão de uma vez. Às vezes o “naaaada” nem é dito por mal.
Uma coisa é estar em público/ demasiado perturbada/ zangada para se explicar sem cenas; se é assim, há que reconhecer “aqui não dá/ não estou bem disposta, quando me acalmar falamos“.
Ou ter receio de abordar – se calhar pela milésima vez- uma questão delicada para o casal, que voltou a surgir/lembrou e que magoa ou incomoda (se assim é, elaborar ou não dependerá da dinâmica habitual dos dois, sendo que não ter segredos nem guardar mágoas é sempre boa política).
Mas um “naaada” irónico, ou obviamente fingido, é muito irritante. É uma forma infantil e passivo-agressiva de lidar com as coisas e que a eles, supostamente mais directos, menos emocionais, mais “pão-pão-queijo-queijo”, lhes soa sem sentido nenhum. Meninas caprichosas amuam; mulheres agarram os problemas de frente, com serenidade, e resolvem-nos para que não voltem a assombrar as almas.
2- Na mesma linha, perguntar “este vestido faz-me gorda?“.
E se por acaso faz mesmo e o rapaz não é bom a mentir (que os pobres coitados às vezes não sabem o que é bom para eles)? De qualquer modo, um homem posto perante essa questão é preso por ter cão e preso por não ter, e assim como assim essa é uma pergunta parva que não se faz, como já analisámos. Se não tem a certeza de estar no seu melhor é porque se calhar não está; mais vale morder a língua e ir mudar de roupa. Entre ficar mais um pouco à espera (pouco como quem diz, vá) e passar o tormento de uma birra que se vai prolongar noite fora, acompanhada de mil perguntas recheadas de inseguranças tolas, ele decerto prefere o menor dos males.
3- Ladainhas ad nauseam
Como vimos aqui. É certo que há homens que têm uma mania semelhante (e é igualmente arreliadora neles) mas as mulheres são tradicionalmente mais verbais e algumas quando se zangam parecem engolir agulhas de grafonola, além de irem buscar este mundo e o outro no melhor modo freudiano (até coisas mortas e enterradas) para exemplificar porque é que corre sempre tudo mal. Ou seja, parecem umas bruxas.
Resmungos de horas, amuos prolongados acompanhados de ditos ácidos e acusações constantes fazem qualquer alma querer saltar de uma ponte (tudo, menos ouvir tal ladainha). Especialmente se a alma massacrada já estiver nervosa ou com problemas para começar. Mas dizem os entendidos que para “eles” é pior. Isto porque os homens não percebem metade das palavras gratuitas que se dizem, indo directos ao essencial. Ou seja, respondem melhor a acções, imagens, mudanças de atitude, exemplos claros e sucintos ou consequências que demonstrem o seu ponto de vista, do que a muito palavreado. Se já falou, se já deu argumentos lógicos e directos, basta: a bom entendedor…