Têm ambas pouco mais de 40 anos e fizeram carreira nas editoras discográficas. Isabel Amador trabalhou durante 20 anos na promoção e Tessa Giffon quase outros tantos no marketing, no meio dos artistas, dos fotógrafos e dos bastidores dos espectáculos.
Saíram juntas da Polygram rumo à Warner, mas começaram a pensar que mais tarde ou mais cedo teriam de mudar de vida. ‘Quando percebemos que a situação estava a ficar complicada, começámos a pensar em alternativas’, conta Isabel Amador, para acrescentar: ‘Viajávamos muito e víamos lojas lindíssimas lá fora. Tanto a Tessa como eu gostávamos de flores, e todos os fins-de-semana fazíamos questão de as ter em casa.’ No fundo, era uma paixão que partilhavam sem saber, tanto que um dos passatempos de Tessa era precisamente a jardinagem.
O NOVO COMEÇO
Foi uma ideia lançada na brincadeira, no meio de queixas por não encontrarem rosas bonitas para levarem para casa. Fizeram estudos de mercado em Portugal e foram para França à procura do que viam nas revistas e nas montras das lojas estrangeiras. ‘Encontrámos uma florista francesa que foi fantástica. A Marie, da loja Garrance, foi a nossa fada-madrinha’, explica Tessa. ‘Levou-nos ao mercado de Rangisse. que é a coisa mais fantástica que existe, e tudo aquilo que nos diziam que não havia estava lá.’ Decidiram que era complicado ter uma loja só de rosas: ‘Fomos a um grande supermercado, com gastronomia de todo o mundo, incluindo os rebuça-dos, os chás e as geleias de rosas. e pensámos que poderíamos incluir na loja os derivados das rosas.’
A RAINHA DAS FLORES
A 29 de Novembro de 2004 a Loja das Rosas abriu portas, com um con-ceito que existe nos Estados Unidos, em França e na Bélgica. Ali há rosas lindas e de todas as cores; e tudo o que diz respeito à flor. Na cosmética e na gastronomia vão mais longe e também têm mimosas, violetas e alecrim.
Não usam celofane nos ramos, para preservar a beleza daquela que conside-ram a rainha das flores: ‘A certa altura, as rosas quase se tornaram pirosas e chegou a ser feio oferecê-las. Se deixarmos alguma herança, será reabilitar a rosa e devolver-lhe o seu lugar’, explicam as sócias, que esperam chegar mais longe com a sua ousadia: ‘Gostamos de pensar que podemos dar coragem a outras mulheres para que avancem num sonho de mudar de vida, mas recordando sempre que sem trabalho não se consegue nada.’