Os proprietários, ela arquitecta, ele web designer, procuravam uma casa ‘Estado Novo’ com pé-direito alto, para remodelar, e grande luminosidade. Encontraram um apartamento com 70 metros quadrados de potencial, pronto a receber as intervenções do jovem casal. Mantiveram a estrutura e operaram um ‘lifting’ integral no que toca a canalizações, electricidade, casas de banho, cozinha, e ao pavimento (agora flutuante, de faia) em todo o espaço. A casa foi pensada para ter um carácter versátil acentuado, tendo em conta as pequenas dimensões das áreas, pelo que todos os recantos foram aproveitados.
Encontram-se assentos encaixados sob mesas de apoio, arrumos sob bancos, prateleiras multifunções utilizadas para dividir espaços, organizar livros e arrumar sapatos. No antigo escritório improvisou-se o quarto de bebé, com acesso directo para a zona de refeições, animada por colecção de posters antigos herdados pela proprietária. Todas as estratégias à luz de uma ambiência bem-disposta, pautada sobretudo por uma paleta de cores variada que vai alternando consoante as estações do ano e o estado de espírito. Neste momento impera o laranja nas áreas comuns, o verde e o azul nos quartos, a combinar com o castanho-claro dos móveis, também eles mutantes q.b., que permitem actualizar os espaços às vivências da família. Misturam-se cores, reorganizam-se móveis, criam-se divisórias, tudo em nome do conforto e da descontracção.
Em resposta à pergunta ‘como define o estilo da sua casa?’, a proprietária responde: ‘Não defino.’ Pode até não se enquadradar em nenhuma corrente estética predefinida, mas é, sem dúvida, ‘uma casa alegre’, como a traduz, por palavras, a proprietária.