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A zona de estar e de refeições estão interligadas, apelando sempre à funcionalidade
Constantino Leite
Em meados do século XIX era uma aventura ir de Lisboa a Cascais. As estradas eram precárias e a viagem durava quase um dia. Só a partir de 1870 Cascais e arredores mudavam de fisionomia, com a chegada da família real, acompanhada pela nobreza, para férias de verão. Começa a desenhar-se o futuro como estância balnear de prestígio. Sucedem-se as construções apalaçadas para residência dos fidalgos da corte e de uma burguesia endinheirada. Todos faziam questão de ir a banhos. Nesse tempo, as casas para banhistas eram disputadas com grande antecedência. Alugar casa para proporcionar à família ares de campo e praia era um ritual que se repetia todos os anos. E assim sucedeu até meados do século XX, quando toda esta zona se começou a massificar com novas construções ao longo da costa do Estoril, atraindo agora novos habitantes. É precisamente no Monte Estoril, que ainda hoje goza do glamour e da imagem de marca que tornou esta localidade conhecida no passado, que se ergue o condomínio D. Bosco Village, perfeitamente integrado na mancha urbanística da zona, entre o mar e a serra de Sintra, e que alberga esta moradia-modelo.
De áreas generosas e detentora de uma arquitetura inovadora, foi projetada para uma família composta por um casal e dois filhos. Coube a Lígia Casanova a decoração deste T4 para servir de cartão de visita aos potenciais compradores. Um espaço intimista, informal e harmonioso. Na sala, dividida em duas zonas – de estar e de refeições – uma paleta de tons suaves realçam o mobiliário da Ethnicraft, que se estende às restantes divisões da casa. Todo o espaço é percorrido por apontamentos de cor e objetos lúdicos, com especial destaque para o papel de parede, da Designers Guild, com aplicações bordadas, ou os cortinados com sistema de dez painéis japoneses de vários tons, que permitem controlar a luz eficazmente já que esta é um fator de importância crucial na decoração da casa. Acedendo ao piso superior, reservou-se uma dependência para escritório, já que hoje é bastante usual trabalhar em casa, com o intuito de aumentar a qualidade de vida e proporcionar mais descanso e convívio familiar. Os tons cru e castanho dão mote à decoração da suíte, com tecidos da Pedroso & Osório e da Elitis. Na zona amansardada da casa, Lígia projetou um estúdio para uma menina adolescente. Um espaço multifuncional, bordejado de cor, que concentra três zonas: de dormir, de estudo e de estar. Um universo à parte para quem, em plena adolescência, o quarto se reveste de uma enorme importância, numa idade plena de sonhos. Esta é uma casa harmoniosa, para ser vivida em pleno.