“As letras das músicas populares tornaram-se mais autocentradas e negativas, ao mesmo tempo que a música foi ganhando sonoridades mais tristes e tornando-se emocionalmente mais ambígua.” A conclusão é dos investigadores Glenn Schellenberg, psicólogo, e Christian von Scheve, sociólogo, que analisaram as músicas que chegaram ao topo das tabelas da Billboard desde 1965.
O trabalho, publicado na revista ‘Psychology of Aesthetics, Creativity and the Arts’, refere ainda que, com o passar das décadas, as canções que chegam ao top são cada vez mais lentas e compridas. Além disso, têm cada vez menos acordes – o número de músicas com poucos acordes a chegar ao topo desta tabela duplicou nas últimas décadas, dizem os investigadores.
No capítulo das letras, dominam aquelas com maior “floreado” e que mais falam de corações partidos. Um dos maiores exemplos do fenómeno, comentam os especialistas, são os êxitos da indestronável Adele, a cantora britânica que, nos últimos anos, bateu os recordes de vendas que antes pertenciam a bandas como os Beatles ou Pink Floyd.