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Bom, para o texto fazer sentido vou aqui assumir que toda a gente gosta de Coca Cola, o que é mais ou menos verdade.
A Coca Cola é aquele refrigerante indispensável, insubstituível, que sabe bem com quase tudo. Está certo que tem um copo de açúcar por lata (dizem…) e imenso gás, mas mesmo que até se aprecie a versão diet… já não é bem a mesma coisa. Podem dizer que serve para desentupir canos e tudo isso, mas quem é que a dispensa? É tão docinha e fresquinha, não é? Além de fazer justiça ao seu propósito inicial (era vendida nas farmácias como tónico).
Concordo completamente com o cartaz vintage: é boa para as enxaquecas, fadiga, enjoo e baixa de tensão.
E há pessoas que são iguaizinhas à Coca Cola. Toda a gente tem (ou já teve, ou arrisca-se a encontrar) um indivíduo Coca Cola na sua vida.
São únicos e insubstituíveis, fazem-nos sentir bem, não há ninguém que nos provoque as mesmas emoções. Mas é claro que as pessoas que nos tocam a alma são aquelas que têm mais possibilidade de nos fazer mal – e infelizmente mais capacidade, ou tendência para isso, também. É que as pessoas Coca Cola são como a bebida: basta agitar a garrafa um bocadinho, ou girar a rolha um pouco mais vigorosamente, para haver uma explosão. Uma vez vi uma saltar e bater no tecto, juro; foi um sarilho para limpar. E não basta ir buscar a esfregona, porque o açúcar carameliza onde caiu e fica pegajoso que eu sei lá: se não for mesmo bem limpo, pode deixar danos prolongados. Tal como as cenas das pessoas Coca Cola: podem deixar marcas que custam muito a apagar.
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