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Pois bem, todos os santos dias recebo uma missiva que reza, em letras garrafais “A RESPOSTA, SISSI, É SIM”– porque nada convence tão depressa as pessoas como
dizer-lhes o que elas querem ouvir, não é?
Quer-me parecer, porém, que o vidente Chris não sabe do seu ofício.
Para começo de conversa (olhem para mim, a falar para um bruxo de SPAM que nem sequer existe…e o doido é o bruxo, pois; adiante!) Chris é lá nome de bruxo que se preze!
Mal vão os tempos se os adivinhões agora se chamam Zé, Osvaldo e Rúben, como qualquer bancário, padeiro ou barman. Um bruxo decente tem de ter um nome assustador e exótico, como Aleister, Rasputine, Besta 666, Alexander, Madame Isto ou Aquilo, Mestre não sei quê ou o Grande Qualquer Coisa. Senão não tem nenhuma credibilidade. Nem piada. Vá-se lá dizer com ar de mistério “fui ao Chris saber o meu destino!” ou “ai que o Chris disse que eu estou cheia de mau olhado!”. Acreditariam se uma amiga vossa vos contasse, toda chorosa, “o Chris diz que o meu marido foi embruxado por uma brasileira que faz dança no varão?“. Eu cá não. Há que fazer as coisas com a dignidade que lhes compete, ou não as fazer de todo.
Depois, apesar de me interessar pelo tema, como me interesso por outros (e se os Medici que eram os Medici e os Valois que eram os Valois recorriam a serviços destes quem sou eu para dizer que não quero saber do meu futuro para coisa nenhuma, não gosto de deixar nas mãos e na bola de cristal dos outros o que só a mim concerne mas sabe-se lá o dia de amanhã, pode dar-me para isso por carolice) estou longe de ser supersticiosa ou crédula.
(…)