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1 – “Posso ajudar?” – Pode: deixe-me ver as coisas à vontade, fachavor. Não há nada mais irritante do que a pessoa querer estar na sua vidinha e apanhar com uma alma a meter o nariz, mas não se sabe porquê, as vendedoras continuam todas a fazer isto. Dizem que é o que lhes ensinam lá nas formações. Mensagem aos senhores formadores: Por favor, parem de ensinar as piquenas a dizer isto. É um favor que fazem às vossas clientes. Obrigada. Se for preciso depois pedimos ajuda. Se for preciso, nessa altura não há ninguém para ajudar.
2 – Porem-se a arrumar a prateleira que estamos a tentar ver.
Sabemos que há lojas onde a política da casa é os pobres empregados estarem sempre a bulir, para espevitar a coisa, o que de facto dá outro movimento à casa. Mas quando veem alguém a mexericar nas camisolas, não podiam ir espevitar outro stand qualquer? O dos pijamas, por exemplo, que está sempre tão mortinho. Obrigada.
3 – Precisar de ajuda e não se perceber logo quem é empregada (ou estarem todas de repente muuuuuito atarefadas)
Há fardas que parecem mesmo… pronto, a roupa que trazemos vestidas. A ideia não devia ser esta. A ideia devia ser as empregadas andarem vestidas de aves-do-Paraíso ou de Maria Antonieta, para se perceber que não são o povo. A quantidade de vezes que eu andei ó tio ó tio atrás de alguma alminha que me ajudasse, e já pedi “bom dia, desculpe, podia-me arranjar isto em M, por favor” para ouvir “Ó menina, mas eu não trabalho cá”…
4 – Terem a moda feminina no andar de cima
Isto agora é mato. Obrigam o mulherio a trepar a escadaria com a desculpa de que os homens são muito preguiçosos e se houver escadas já não sobem. Mas brinquemos ou quê? É assim que se tratam as clientes principais? Ai vocês já estão garantidas, podem muito bem subir uns degrauzitos que não vos faz mal nenhum à celulite, suas vacas? Mas esta gente está toda doida? Os homens que subam as escadas, que têm melhores pernas do que nós (e piores rabos, na maioria das vezes).
5 – Empregadas trombudas
Coitadas se calhar não estudaram para dobrar camisolas, se calhar têm um mestrado em engenharia aeronáutica e gostavam mais de estar noutro lado a fazer outra coisa, se calhar estão fartas de clientes ainda mais trombudas, mas a culpa não é nossa e além disso estão a aumentar o buraco de antipatia na camada de boas energias do universo, que está pior e faz pior que o buraco do ozono e além disso estão a perder a oportunidade de repente um príncipe ou, sei lá, um sheik dos Emirados Árabes Unidos que se apaixone pelo seu lindo sorriso e a leve para ser sheika e nunca mais precisar de dobrar camisolas. Pensem nisso.
6 – Pedir uma bainha e vir a calça curta
Pois. Palavras para quê.
7 – Provadores cheios de lixo e de cabides e de roupa por arrumar ou no chão
Percebe-se que isto aconteça na loucura dos saldos ou na sexta feira negra, quando não há mãos para arrumar tudo, e também as clientes podiam muito bem trazer de lá a sua tralha que não lhes caíam os parentes na lama, mas a pessoa entrar com a sua roupita e encontrar o chão negro ou coberto com bolas de cotão é nojento. Parece terceiro mundo. Aliás, É terceiro mundo.
8 – Cu-cu!
Provadores que têm daquelas cortinas que não fecham. Ou olhamos para nós no espelho e damos um grito de horror e o nosso único pensamento é ‘meu deus, quem é esta gorda!’ (estão-me aqui a explicar que o ‘efeito pró-celulite’ é devido à luz que vem de cima). Ou os que têm tão pouca luz que mal conseguimos ver quem é aquela alminha tão mal vestida à nossa frente. E para terminar o capítulo ‘provadores do inferno’, aqueles que não têm ganchos suficientes para se pendurar a roupa e a mala.
9 – As coleções especiais que acabam antes de começarem
Há colecções especiais feitas por algumas marcas em parceria com actrizes ou modelas ou coisa assim, com coisas muita giras que a gente vê nos catálogos ou nos anúncios e diz, “Ai que giro, quero isto” e vai a correr à loja e nunca lá estão, ou já acabaram, ou já não há em 38. Já me explicaram que há roupa que pura e simplesmente nunca chega às lojas. Ou chega mas é feita em quantidades tão pequeninas que se esvai logo. Perguntei inocentemente, “E não era mais rentável se fizessem grandes quantidades de roupa gira, já que se vende?” Explicaram-me que nenhuma marca quer imensa gente a inundar as ruas com coisas suas. Também me explicaram que tinha a ver com ‘aumentar o nível aspiracional da marca’. Ou seja, quanto menos venderem, melhor? “Não, porque depois as pessoas acabam por ir mais à loja à procura daquilo e levam sempre outras coisas.” Tudo isto me ultrapassa. É tão choné, a sociedade do marketing.
10 – Entregarem-nos o cartão de crédito ensanduichado em talões
Quem terá inventado esta brincadeira? E porquê? A gente sai da loja a correr e ainda tem de estar a desembrulhar o cartão Multibanco de entre 34 papelinhos? Tenham dó!
11 – Gritarem-nos na caixa quanto é que gastámos
Percebe-se que a técnica sirva para alertar as mais desprevenidas “Atenção, 79 euros, acabaste de gastar 79 euros em vez de poupar para a velhice ou dar aos pobrezinhos, sua fútil”, mas a esmagadora maioria das pessoas sabe quanto é que gastou, além de ter olhinhos para ver quanto é que a maquineta do multibanco marca. Por que é que o resto do mundo também tem de ficar a saber que eu gastei 79 euros?
12 – A música tipo ‘tuntstunts’
Isto não é só para nos irritar. Ou por outra, é para nos irritar, tendo a irritação, dizem os pérfidos especialistas em marketing, o poder de nos retirar o discernimento e nos fazer comprar qualquer coisa que nos venha parar às mãos. Da próxima vez, levem protetores de ouvidos. Estão também a proteger a vossa conta bancária.
… E meia – Não termos dinheiro
Mas pronto. Isso já não é culpa das lojas…