Catarina Gouveia é um fenómeno nas redes sociais. A atriz e influencer faz sucesso ao partilhar o seu dia-a-dia e estilo de vida saudável com mais de 182 mil seguidores. Mas, para surpresa de muitos, admite que nem sempre foi tão regrada.
Na infância, tinha o hábito de praticar exercício físico, incluindo natação e ténis. Entretanto, aos 17 anos, mudou-se de Santa Maria da Feira para Coimbra, para frequentar a universidade, e a elevada carga de estudos característica do curso de Psicologia aliada ao novo ambiente levaram-na a parar de treinar, tendo sentido efeitos a nível emocional e físico. Passados três anos, congelou a matrícula para dedicar-se ao seu outro grande amor: a representação. Foi nessa altura que sentiu a necessidade de voltar a exercitar o corpo e nunca mais parou.
“É o meu grande escape. Quando termino uma sessão, sinto-me completamente relaxada e muito mais feliz. A sensação é tão boa que acabo por não conseguir prescindir de uma hora de exercício por dia”, conta-nos.
Nesse sentido, faz questão de treinar logo quando acorda, antes de gravar, mesmo que isso signifique levantar-se às seis da manhã. Contudo, dá sempre prioridade a uma noite de sono bem dormido.
“Gosto mesmo de deitar-me cedo e só me levanto a essa hora se conseguir cumprir a minha rotina de já estar na cama às 21H30/22H na noite anterior. Caso não consiga, nunca ponho o exercício físico à frente do sono. As oito horas de sono vêm sempre primeiro”, sublinha.
O impacto positivo desta rotina traduz-se no equilíbrio entre corpo e mente, e faz-se sentir em variados campos da vida como, por exemplo, o profissional.
“A diferença que eu sinto depois de treinar é tão significante! Por exemplo, num dia em que não treino e vou gravar, parece que vou para o estúdio ainda a meio-gás. Vou acordando durante a manhã. Se eu treinar de manhã, já chego desperta, muito mais criativa e com uma clareza mental evidente. É mais fácil e prazeroso trabalhar, e torno-me muito melhor companhia para mim mesma e para os meus colegas, porque estou bem-disposta”.
Catarina começou a partilhar a sua jornada “de uma forma muito despretensiosa” no Instagram e ficou surpreendida com o interesse e curiosidade crescentes do outro lado. Aliás, considera que um dos benefícios das redes sociais é exatamente o feedback rápido e espontâneo.
“Eu inspirava as pessoas e isso funcionou como uma motivação para mim. Muitas as vezes, os seguidores não dão conta, mas eles também me inspiram. É como se eu estivesse a cumprir a minha parte de um compromisso”, explica-nos. “Alguém pode ver as InstaStories e pensar: ‘a Catarina já treinou, também vou treinar’ ou ‘ela está a tomar este pequeno-almoço, também vou fazer uma refeição mais cuidada e que respeite o meu organismo’. Nunca pensei criar um impacto tão positivo, mas é muito gratificante saber que o faço”.
No que diz respeito aos treinos, a influenciadora digital adora variar e sentir a energia de diferentes modalidades, algo que vê como um presente que oferece a si mesma. Curiosamente não é fã de correr, mas em 2017 aceitou um desafio da New Balance para participar na Corrida do Tejo, tendo testado os seus limites.
“Fiquei muito reticente porque não gosto mesmo nada de correr e nunca corro mais do que 5km. Portanto, quando surgiu a oportunidade de fazer o dobro da distância, senti-me muito receosa”, confessa. “Mas acho que é importante sairmos da nossa zona de conforto. Aceitei e adorei a experiência”.
O ano de 2018 trouxe um novo convite da marca desportiva, desta vez para fazer os seus primeiros 10kms fora de Portugal, na Maratona de Zurique de Sevilha. Catarina deu por si perante outro momento de superação pessoal. Tinha deixado de correr depois de cumprir o objetivo na Corrida do Tejo, mas aproveitou a oportunidade para continuar a honrar o compromisso que assumiu com o seu público e mostrar que, com a devida preparação e acompanhamento, qualquer um pode completar uma prova do género.
“Nos últimos 4km, eu vinha sempre em esforço; numa luta comigo mesma para não parar. Foi mesmo desafiante. Quando cheguei ao final dos 10km, até tive vontade de chorar de felicidade. A maior lição que aprendi foi que a cabeça, de facto, comanda tudo”, disse-nos. “O espírito da Maratona de Sevilha é um dos mais arrepiantes que já vivi. Tive a oportunidade de assistir ao final, que era os 42km, e vi muita gente a superar-se – grupos de amigos, casais, pessoas com dificuldades motoras. Naquele momento, eram todos iguais. Foi lindo”.
Para Catarina Gouveia, a experiência mais recente em Espanha “foi a prova de que quando queremos muito algo, conseguimos”. Daqui para a frente, planeia incluir “cinco ou seis quilómetros semanais de corrida” na sua rotina e, quem sabe, participar noutra prova e “fazer um tempo melhor”. Até lá, espera continuar a dar força de vontade aos fãs para que façam escolhas mais saudáveis, por mais pequenas que sejam.
“Gosto de expressar aquilo que resulta comigo porque pode resultar com outra pessoa que esteja a ver. É nesse sentido que gosto de inspirar e de partilhar o que faço no meu dia-a-dia”.