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É impossível exagerar a devastação ecológica provocada pelos incêndios florestais na Austrália: as chamas cresceram o suficiente para criar seu próprio clima apocalíptico, destruíram espécies que os cientistas ainda não haviam descoberto e, além das perdas materiais e humanas, provavelmente arrasaram mais de mil milhões de animais.
Embora uma chuva forte tenha ajudado os bombeiros a conter as chamas, muitos seres vivos continuam em risco. No topo da lista está o Ornitorrinco, um mamífero semiaquático natural da Austrália e Tasmânia, que pode estar agora em vias de extinção devido à seca a longo prazo. Isto de acordo com um novo estudo levado a cabo por investigadores do Centro de Estudos de Ecossistemas da Universidade de Nova Gales do Sul.
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Clima de Catástrofe
Os ornitorrincos vivem dentro e perto da água, o que significa que as alterações climáticas recentes os afetaram gravemente. Os incêndios na Austrália deflagraram no fim do ano mais quente e seco que o país alguma vez teve, o que fez com que os rios secassem e levou à perda de seu habitat natural.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica “Biological Conservation”, a espécie “enfrenta uma combinação potencialmente devastadora de ameaças, incluindo o desenvolvimento de recursos hídricos, limpeza de terras, alterações climáticas e períodos de seca cada vez mais severos”.
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Espécie Ameaçada
Os investigadores estimam que sob as condições de clima atuais, taxas de desmatamento de árvores e fragmentação de diques, o número de ornitorrincos cairá entre 47% e 66% nos próximos 50 anos, tornando-os extintos em 40% de seu habitat natural. Se considerarmos os eventos climáticos que acompanham a crise – secas mais longas e intensas, por exemplo, as balizas sobem para 51 e 73%.
Os ornitorrincos já são classificados pela União Internacional para Conservação da Natureza como “quase ameaçados”. No entanto, muitos estados da Austrália não incluíram o animal em qualquer lista de proteção, com exceção da Austrália do Sul, que os considera uma “espécie em perigo”.
“Atenuar ou até parar ameaças, como novas barragens, provavelmente será mais eficaz do que esperar que o risco de extinção aumente,” disse Brendan Wintle, professor na Universidade de Melbourne e coautor do estudo, num comunicado. “Deveríamos aprender com o perigo enfrentado pelo Coala para entender o que acontece quando ignoramos os sinais de alerta”.