Por cá, temos a reconfortante bifana e os cachorros quentes (sem esquecer os churros e as farturas), vendidos em roulottes em spots estratégicos, que sabem tão bem principalmente quando a fome aperta depois de uma saída à noite ou numa ida à feira ou ao mercado. A street food é na verdade um conceito universal, com as suas incontáveis e desafiantes variantes – e ainda bem!
As estatísticas dizem-nos que cerca de 2,5 biliões de pessoas têm na comida de rua pelo menos uma das suas refeições diárias, nomeadamente a caminho do trabalho e nos intervalos de almoço. Isso é particularmente visível na Asia onde a street food existe na realidade há séculos, vendida em bancas nas cidades, que tinha nos menos desfavorecidos o seu público, trabalhadores manuais que precisavam de algo barato, quente e com um bom aporte calórico para os manter ativos durante a jornada de trabalho. Atualmente, a comida de rua democratizou-se e nas grandes cidades comer nas várias bancas espalhadas pelas ruas é uma incursão regular de empresários e trabalhadores de empresas de serviços. Proliferam as refeições rápidas, nutritivas e, claro saborosas, que contrastam com a sofisticação do sushi, mas que merecem o nosso respeito porque são deliciosas.
São esses mesmos pratos que o Tanuki, o novo espaço do Mercado de Algés, serve aos seus clientes, mas com um toque que os torna uma delícia também para o Instagram. Para começar, as propostas são os Wontons de Camarão (6,90€), o Estufado de Seitan e Tofu (5,90€), o o Tori Karaage (frango frito; 6,60€).
Nos pratos principais, incontornável é o rámen, o que faz todo o sentido porque se trata do símbolo máximo da gastronia de rua japoneses. O rámen (ou lámen) tem como base uma massa – o macarrão, nascida na China -, servido numa sopa com caldo que pode ser à base de porco, peixe e frango, sendo depois adicionados outros ingredientes conforme a região. As algas verdes, pedaços de carne ou peixe ou brotos de bambu marinados são algumas das opções. No Tanuki o rámen está disponível na versão de frango, camarão, peixe e vaca (entre 11,50€ e 12,50€).
Outra proposta a dar atenção são as yakisobas. Falamos de outro prato japonês típico, geralmente preparado numa chapa onde são grelhadas verduras e com possibilidade de adicionar carne bovina em tiras e peito de frango em cubos, com óleo de gergelim e regado a molho de soja. A seguir, junta-se macarrão e é tudo misturado até que a massa frite um pouco. No Tanuki tem as yakisobas em versão vegan (9,90€), mas também de camarão (10,90€), vaca (10,90€), ou frango (9,90€),
Impossível é não provar os Gua Bao, um tipo de pão originário da culinária de Fujian e popular nas ruas de Singapura, Malásia, Taiwan e na Chinatown de Nagasaki, no Japão. No meio, este pão leva tradicionalmente uma fatia de carne cozida de porco, temperada com mostarda, coentros e amendoim moido. No Tanuki serve-se à moda tradicional com Barriga de Porco ((8,90€), mas também com Tataki de Atum (11.90€), Camarão Frito (9,50€) , Tofu e Cogumelos (8,5€) e ainda pato (13,90€).
Conclusão: o Tanuki merece uma visita porque é sempre bom lembrar a riqueza da culinária asiática, em todas as suas versões (além de dar uma fotos fantásticas para o Instagram).
O Mercado de Algés está aberto todos os dias, das 10 horas à meia noite, de domingo a quinta-feira, e às sextas-feiras e sábados o horário vai até às duas da manhã.