Espetáculo “Distante – Paisagens, Máquinas, Animais” de Né Barros, estreia a 17 de fevereiro, no Teatro Municipal do Porto – Rivoli, às 19h30. “Distante” é a terceira peça do ciclo “Paisagens, Máquinas, Animais”, que se iniciou com “IO” (2019) e prosseguiu com “Neve” (2022), conta com música de Alexandre Soares e cenografia de FAHR 021.3.
Ao longo da peça os bailarinos Afonso Cunha, Beatriz Valentim, Bruno Senune e Vivien Ingrams são jogadores, convocam técnicas e estética de uma forma de combate milenar, a esgrima, uma forma de combate que evoluiu para a dimensão de jogo e como forma evoluída de nos relacionarmos no corpo a corpo. O corpo-máquina deverá, sobretudo, seguir esta linha, ser capaz de moldar o instinto e dar-lhe uma nova vida ética. A máquina, neste sentido, é a possibilidade de através da técnica e do tecnológico, expandir o corpo e o lugar sem o territorializar, quase numa mensagem antiguerra.
Distante pela dimensão ética perante o outro, distante por um tempo pautado pela repetição, um tempo maquinal usado sobretudo para rememorar. A motivação para fazer uma série de projetos em torno das paisagens, máquinas e animais, surge da necessidade de pensar uma peça que não se esgotasse num único espetáculo, mas que pudesse dialogar com outras obras.
Sobe novamente ao palco no Teatro Municipal de Bragança no dia 24 de fevereiro, às 21:00.
Sobre Né Barros
Né Barros, coreógrafa e investigadora no Instituto de Filosofia, Grupo Estética, Política e Conhecimento da Universidade do porto onde concluiu Pós-Doutoramento na área da Estética e Performances. Conclui doutoramento na Universidade de Lisboa, FMH, Master in dance, Laban Centre, City University, Londres, Curso Superior de Teatro, ESAP. Artisticamente, iniciou a sua formação em dança clássica e mais tarde trabalha dança contemporânea e composição coreográfica, nos Estados Unidos, Smith College. Coreografou para o Balleteatro, Companhia Nacional de Bailado, Ballet Gulbenkian e Aura Dance Company. Nos seus projetos artísticos, tem colaborado com diversos artistas, fotógrafos, músicos, realizadores, encenadores e arquitetos. Professora Auxiliar parcial na ESAP. Autora dos livros Performances e Pó-fenomenologia, Da Materialidade na Dança, Dança: o corpo e a casa, Coeditora Performances no Contemporâneo, Artes Performativas: Novos Discursos, Das Imagens Familiares, Deslocações da Intimidade, Unframing Archives. Tem diversos artigos publicados. Coeditora das Coleções “Estética, Política e Artes” e “Máquinas de Guerra” (FLUP).
Fundadora e codiretora do Balleteatro e do festival internacional de cinema de arquivo, memória e etnografia – Family Film Project.
Fotos DR