Falámos com Maribel López, diretora da ARCOlisboa e ARCOmadrid, em vésperas da 7ª edição da ARCOlisboa, organizada pela IFEMA MADRID e que decorre de 23 a 26 de maio na Cordoaria Nacional, com a participação de 84 galerias de 15 países.
Quais os pontos fortes/altos desta edição da ARCOlisboa?
Nesta edição da ARCOlisboa, os pontos altos são realmente notáveis. A qualidade do conteúdo apresentado por cada uma das galerias é verdadeiramente impressionante. Desde obras de arte inovadoras e cativantes até programas educativos como os Millenium Art Talks, que mergulham nas questões mais relevantes da arte contemporânea, esta edição está repleta de experiências enriquecedoras. A diversidade e a excelência das obras expostas refletem não apenas o talento dos artistas, mas também o empenho das galerias em proporcionar uma experiência memorável para todos os visitantes.
Qual tem sido a evolução do certame?
Ao longo das suas sete edições, a ARCOlisboa tem mostrado um crescimento notável e consistente. Desde o seu início em 2016, com apenas 46 galerias participantes, até este ano, onde serão apresentadas 84 galerias, o certame tem crescido de forma progressiva, mas sempre mantendo o foco na qualidade. Este crescimento é um reflexo do interesse crescente dos colecionadores e profissionais pela feira, bem como da sua reputação cada vez mais sólida no panorama artístico internacional. É inspirador ver como a ARCOlisboa continua a evoluir e a prosperar ao longo dos anos, proporcionando oportunidades únicas para artistas, galerias e visitantes.
Relativamente aos participantes, qual a proporção nacional/internacional?
Com a participação de 84 galerias de 15 países, a ARCOlisboa apresentará a cena artística portuguesa num diálogo alargado com a arte internacional. A Feira organizar-se-á em torno de três áreas: o Programa Geral, formado por 59 galerias, e as secções comissariadas, OPENING Lisboa, com uma seleção de 17 galerias, e As Formas do Oceano, composta por 8 galerias. A participação de galerias portuguesas representa 33% da feira, com um total de 28 galerias. O segmento internacional situa-se nos 67% — 56 galerias —, sobretudo da Europa.
Quais as principais mudanças a acontecer no mercado de arte atualmente? Como é que Lisboa reflete as novas tendências?
O mercado da arte está em constante evolução e Lisboa não é exceção. Uma das mudanças mais notáveis é a abertura de novas galerias e museus, o que demonstra a vitalidade e a energia do panorama artístico da cidade. Estas novas instituições trazem consigo uma diversidade de perspetivas e abordagens artísticas, enriquecendo ainda mais a cena cultural de Lisboa. Além disso, a cidade está a tornar-se cada vez mais reconhecida a nível internacional como um centro de arte contemporânea, atraindo colecionadores, curadores e artistas de todo o mundo. Lisboa está verdadeiramente na vanguarda das novas tendências artísticas, refletindo o dinamismo e a criatividade que caracterizam o mercado de arte atualmente.
Como está Portugal no que toca a artistas emergentes?
Portugal tem sido um terreno fértil para o surgimento de talentos emergentes no mundo da arte. É inspirador ver o crescente reconhecimento e interesse pelos jovens artistas portugueses, tanto a nível nacional como internacional. Este apoio e visibilidade são fundamentais para o desenvolvimento das suas carreiras e para a projeção da arte portuguesa no cenário global. Além disso, o país também valoriza e celebra os mestres que influenciaram e inspiraram esta nova geração de artistas, criando um ambiente de respeito e admiração mútua entre diferentes gerações de criativos. O futuro da arte em Portugal é promissor, com uma comunidade artística vibrante e diversificada que continua a surpreender e a cativar o mundo.
Que conselhos daria a quem pretende visitar a ARCOlisboa para tirar o máximo partido do programa?
Os visitantes da ARCOLisboa têm uma experiência verdadeiramente enriquecedora pela frente. Recomendaria dedicar um dia inteiro para explorar a feira, permitindo-se absorver cada obra de arte e programa com calma e sem pressa. Interagir com as galerias é fundamental, aproveitando a oportunidade para fazer perguntas e aprender mais sobre os artistas e as suas obras. Além disso, desfrutar de uma pausa para almoçar no Lounge do Torreão Poente ou nos cafés ao ar livre, onde se pode refletir sobre o que foi visto e desfrutar de momentos de descontração. Depois, explorar os museus e galerias recomendados na cidade, ampliando ainda mais a experiência artística. Com esta abordagem, é possível aproveitar ao máximo tudo o que a ARCOlisboa e a cidade têm para oferecer.
Como se apaixonou pela arte e o que está no topo da sua bucket list profissional?
A minha paixão pela arte nasceu da fascinação que sempre senti pelas questões que ela suscita. Descobri que quando algo me intrigava, não o podia ignorar, e a arte ofereceu-me uma forma única de explorar e compreender essas questões. Este compromisso com a exploração intelectual e emocional é o que me motiva e me inspira a trabalhar neste campo. No topo da minha lista profissional está o desejo de continuar a desafiar-me e a crescer como profissional, explorando novas ideias e colaborações que possam enriquecer ainda mais o meu percurso e contribuir para o avanço do mundo da arte.