Na adolescência, esta modelo britânica e ativista pelo empowerment das mulheres, de 26 anos, lidou com problemas de autoestima. Curiosamente, ultrapassou-os com a ajuda do mundo da moda, para o qual entrou em 2012. “Tem sido uma jornada fantástica desde então.”
Como se tornou modelo?
Comecei há cerca de quatro anos. Frequentava o mestrado quando um amigo enviou fotografias minhas para uma agência em Londres, que pretendia iniciar um departamento ‘plus-size’. Fiz um teste fotográfico e dois meses depois contrataram-me.
Como se sente em relação aos termos ‘plus-size’ e ‘curvilínea’?
Habitualmente, descrevo-me como Philomena. Não uso palavras para dar um significado a mim mesma, mas não me sinto particularmente afetada ou ofendida por esses termos porque os vejo como adjetivos positivos. Acho que só há problema quando damos conotações negativas às palavras.
Quais são os maiores equívocos em relação às modelos ‘plus-size’?
Que não somos modelos. Acho que o termo ‘plus-size’ nos limita, na cabeça das pessoas, à ideia de que não somos tão boas quanto o resto. Outra ideia errada é que somos preguiçosas, comemos a toda a hora e não fazemos exercício. Esta área é muito intensa, portanto ser saudável é uma condição importantíssima para se trabalhar.
Há hoje maior abertura na indústria a outros tipos de beleza? Notou-o nas oportunidades de trabalho?
Já assisti a muitas mudanças importantes, como, por exemplo, a campanha da Swimsuits For All. Durante muito tempo, a ‘Sports Illustrated’ (SI) ditou aquilo que deve ser uma modelo de fato de banho. Ao quebrarem essas barreiras estão a mudar a forma como a beleza é vista e a mostrar que a nossa individualidade deve ser celebrada. Não diria que o trabalho esteja terminado, mas o que tem sido feito até agora já é bastante positivo.
Alguma vez imaginou que ia aparecer nas páginas da ‘Sports Illustrated’?
As modelos da SI sempre tiveram uma imagem relativamente homogénea, por isso não o considerava um objetivo realista para mim, até ter acontecido. A revista já saiu há um mês e ainda estou em choque. O facto de incluir tamanhos, raças e idades diferentes é inovador e sinto-me orgulhosa de fazer parte disso.
O que espera que o público retire desta campanha?
A mensagem principal é a confiança. É preciso muito para usar um biquíni revelador na praia e acho que é poderoso para as jovens mulheres terem algo diferente para admirarem. Espero que ao verem uma mulher como eu, com cabelo natural, curvas e pele escura, se identifiquem e, como resultado, se sintam melhor em relação a si mesmas.