Certo dia, em 2019, o pai chama as três filhas e pergunta quem quer abraçar o negócio de vinho e azeite da família. A mais nova, de nome Bárbara, formada em Marketing e a trabalhar na área da Comunicação, chegou-se à frente e mudou-se de armas e bagagem para Arraiolos, Alentejo. A decisão, explica, veio de “um desejo imenso de poder agarrar uma paixão que já era de toda a família, representando-a e contribuindo para a manutenção do seu legado”. Nascia assim a Mainova e, olhando para trás, Bárbara admite ter sido a “melhor decisão” da sua vida.

Foi uma mudança de vida planeada ou foi a vida a acontecer?

Foi um mix das duas coisas. Por um lado, por via da profissão e dos estudos, acabei por estar sempre muito ligada à área do consumo, desenvolvimento estratégico de marcas e comunicação. Por outro, a vida aconteceu. Chegou uma altura que tomei esta decisão, mas não tinha sido planeada. Senti que, apesar de fazer o que adorava, precisava de fazer algo mais. A parte de criação de marca era algo que me entusiasmava e poder conciliar isso com um projeto familiar fez-me pensar na vida e atirar-me de cabeça

Como foi mudar-se para o campo?

Foi das melhores decisões que tomei na vida! Adoro Lisboa, mas agora que tenho duas bebés valorizo cada vez mais o tempo que passo com elas e o ritmo a que a vida acontece no campo. Permite-nos viver com maior tranquilidade, com menos stresse, centrando-me mais naquilo que realmente importa.

O que mais gosta no Alentejo?

A paz! E, sem dúvida, o contacto com a Natureza. Poder sentir as diferentes estações do ano – que era algo que já não sentia em Lisboa – e que agora com a proximidade da nossa vinha e olival consigo sentir. E, acima de tudo, conseguir ver a vida a acontecer com essa proximidade: a cor das folhas que mudam, o estado do solo que se altera, há um reconectar com o que há de mais puro que me liga, cada vez mais, ao Alentejo.

Sempre teve curiosidade sobre este mundo dos vinhos?

Além de curiosidade, sempre tive a sorte de acompanhar o meu pai em jantares com amigos, onde os vinhos eram sempre um dos temas em cima da mesa. Apreciava, aprendia sobre as suas características, mas sempre longe de imaginar que viria a trabalhar nessa área. Hoje, é uma das minhas maiores paixões.

O que foi mais difícil do que estava à espera e vice versa?

Há inúmeras especificidades, preocupações e desafios a ter em conta quando se trabalha no segmento de vinhos e azeites e esse universo foi, de facto, a maior descoberta e o mais desafiante. Mas também acredito que foi isso que nos fez ter uma abordagem diferente e hoje, após três anos de marca, sabermos que a Mainova já começa a ser reconhecida no mercado pelas características que a distinguem das demais. É a prova de que a diferenciação ainda é possível.

O que é mais difícil no processo de obter a certificação biológica?

É ter a consciência de que uma certificação biológica significa conviver em total respeito e harmonia com a natureza, do primeiro ao último segundo do processo de produção. É um trabalho que exige muito das nossas equipas, dos métodos que selecionamos, das estratégias que encontramos para proteger e preservar os ecossistemas e que é uma missão ainda pouco comunicada junto do público em geral. É por isso que na Mainova fazemos esse esforço: acreditamos que produzir em biológico é mudar mentalidades, é reeducar para a produção consciente, produzir de forma sustentável e, no final, oferecer um produto que agrega valor e que é valorizado, por isso mesmo, pelo consumidor.

Quantas referências de vinho e azeite têm?

Temos 2 referências de azeite extra virgem, o nosso Early Harvest, um azeite de primeira apanha, e o nosso clássico, um azeite mais equilibrado e consensual – ambos com níveis baixos de acidez, conseguidos a partir de uma conjugação única de diferentes variedades de azeitona. No que toca a vinho, temos atualmente 4 gamas e 13 referências.

Quem desenhou os rótulos? Um cão, uma mulher, qual o significado?

Os nossos rótulos foram desenvolvidos pela Co&K. Conheci o André quando trabalhava em Lisboa e, pelo seu know how, quando decidi criar a Mainova, fez-me todo o sentido desafiá-lo para este projeto. A mulher nos nossos rótulos Mainova espelha o lado feminino da marca – a filha mais nova e todas as mulheres da nossa família.

Moinante homenageia o cão da minha avó que ladrava de noite e dormia durante o dia, não deixando ninguém dormir, o que fez a minha avó apelidá-lo de Moinante, que significa um moinas, um boémio. Uma vez que fazemos vindima noturna, de certa forma somos moinantes e decidimos dar esse nome à nossa gama de vinhos mais irreverente, representada pelo nosso cão Moinante.

Se tivesse de escolher entre a vinha e o olival, qual seria?

Não consigo decidir! Adoro as duas áreas e ambas se complementam no meu dia-a-dia. Não há nada como desfrutar de um incrível copo de vinho à sombra de uma Oliveira, mas também não há delícia tão grande como molhar um pedaço de pão alentejano no nosso azeite extra virgem. A Mainova é ter o melhor dos dois mundos!

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