Foi criada em 1870 pelo português José Coxito Granado e começou por vender remédios naturais criados a partir de plantas, ervas e flores nativas cultivadas na propriedade do próprio fundador, na região serrana do Rio de Janeiro. Hoje a Granado é mundialmente conhecida pelos seus perfumes, águas de colónia, eaux de toilette, cuidados para o corpo e fragrâncias para casa e conta com 2 lojas próprias em Portugal, uma no Chiado, em Lisboa, e outra na Casa da Guia, em Cascais. A marca está desde os anos 90 nas mãos de Christopher Freeman, que há duas décadas conta com o empenho da filha Sissi, atualmente Diretora de Marketing e Vendas da Granado Pharmacias.

Sissi Freeman
Foto: divulgação

A Sissi é conhecida como tendo sido responsável pela modernização da Granado e dos seus mais recentes sucessos. Como é que um suposto trabalho temporário se transformou na missão de uma vida?
Foi por um acaso. Eu fiz graduação em Ciências Políticas e Economia nos EUA e achei que fosse trabalhar no mercado financeiro. Vim parar na empresa pois meu pai tinha um projeto temporário com um designer que morava em NY e, como eu morava lá, acabei sendo a ponte. Quando eu voltei para o Brasil para implementar o projeto era para ser temporário, por 6 meses. Estou desde 2004.

Hesitou em trabalhar no negócio da família? O que a conquistou?
Meu pai, Christopher Freeman, comprou a empresa quando eu tinha 14 anos de idade. Tenho boas lembranças de visitar a fábrica e a loja da Rua Primeiro de Março, no centro do Rio de Janeiro onde a empresa foi fundada. Depois, aos 17 anos, fui fazer faculdade nos EUA e sempre que voltava de férias trazia novidade e ideais. Assim foi começando minha relação com a empresa.


Quais as principais medidas que tomou e que fizeram a diferença?
O desafio foi pegar o nome tradicional, que o público confiava, e transformar no sonho de criar uma empresa multinacional brasileira nesse setor. Uma estratégia de longo prazo foi essencial para o reposicionamento da marca. Esta estratégia teve algumas fases muito importantes: a primeira foi o investimento em infraestrutura, informática, logística e fabricação, depois veio o redesign de itens icónicos e a diversificação do portefólio, assim como a abertura de lojas conceito. E em seguida a internacionalização da marca que começou em 2013. Acreditamos muito em visão a longo prazo e em oferecer o produto de melhor qualidade. Sabemos a importância de manter esta confiança e de surpreender com ações como envolver os tradicionais bondes de Lisboa e táxis de Londres. Apostamos também em media urbana como busdoor, outdoor; eventos que envolvem personalização, customização, medias e campanhas que misturam o impresso (pela tradição) e o online (pelo atual).

A Granado foi fundada por um português e acabou por ser vendida pelo neto deste ao seu pai, inicialmente contrato para arranjar comprador. Mantém contacto com a família original? Como se moderniza uma empresa sem renegar o passado?
Nosso acervo e nossa história são fontes de inspiração e um forte legado que respeitamos. No Brasil temos um acervo com móveis, objetos, fotos, documentos históricos preservados por duas restauradoras. Ali está a fonte da criação. Construímos o futuro tendo como base as nossas raízes.

Acha que as mulheres fazem sempre a diferença em empresas ligadas à beleza?
A empresa tem hoje mais 2 mil colaboradores. Nos orgulhamos da metade dos cargos de gerência e diretoria serem ocupados por mulheres. Mas não é só isso: existe equiparação salarial, programas de capacitação e incentivo a funcionários para investirem em graduação, pós-graduação, cursos de extensão etc. Meu pai sempre diz que as mulheres são mais estratégicas, porque conseguem equilibrar várias áreas da vida ao mesmo tempo.

Quais são as suas causas?
Nossa empresa apoia uma série de ações sociais, culturais e desportivas voltadas para pessoas e comunidades em vulnerabilidade, atletas e museus. Patrocinamos instituições como o SOS Mata Atlântica (organização não-governamental ambiental que atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica),
Vida Livre (é uma organização não governamental brasileira que trabalha com a reabilitação e soltura de animais em situação de risco no Rio de Janeiro. Atua no suporte à fauna apreendida pelos órgãos de fiscalização, como também realiza resgates voluntários em diversas localidades) e Arara Azul (organização não governamental voltada à preservação da fauna brasileira. Uma de suas maiores ações é o Projeto Arara Azul, que promove a conservação dessa ave em seu ambiente natural). Outras instituições apoiadas pela Granado visam ao fortalecimento das comunidades carentes. Apoiamos a ONG Waves for Inclusion (promove aulas de natação e outras atividades desportivas e culturais para crianças e adolescentes em vulnerabilidade social da comunidade da Rocinha e de Copacabana, no Rio de Janeiro), o Japeri Golfe Rio de Janeiro (clube localizado próximo à fábrica para ensinar jovens a jogarem golfe), Projeto Social do Morro para o Ringue (sediado na comunidade do Morro do Tuiuti – Zona Norte do Rio de Janeiro –, oferece aulas de boxe para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, atendendo mais de 50 meninos e meninas entre 6 e 15 anos), dentre outros.

Quais são os bestsellers da marca em Portugal?
O perfume Époque Tropical, assim como no Brasil, é o mais querido pelos portugueses. O caju, uma fruta brasileiríssima, é o ingrediente de destaque e vem encantando nossos consumidores pela Europa.

O que é que os clientes portugueses podem da Coleção Florais da marca?
A coleção exclusiva apresenta fragrâncias sofisticadas e surpreendentes assinadas por perfumistas internacionais como Christian Alori, Shyamala Maisondieu, Hernan Figoli e Leandro Petit. Tem opões que agradam a todos
os estilos e gostos.


Quais os seus spots favoritos em Portugal?
Adoro a Casa da Guia, temos um espaço por lá. Tem uma vista linda para o mar, é uma ótima opção para almoçar. Passear por Príncipe Real, no Bairro Alto, é muito gostoso! Tem uma vista linda da cidade. Também acho que o que não pode ficar de fora é visitar A Vida Portuguesa. Sempre tem alguns achados lindos. E comer um pastel de nata
está sempre também no roteiro. Recentemente, fizemos um evento na Comporta e eu fiquei apaixonada pelas praias lindas. Com certeza é um lugar que eu gostaria de voltar muitas vezes.

Tem três filhas, que legado gostaria de lhes deixar?
Desejo que elas sejam mulheres independentes, encarem o trabalho de forma positiva e busquem inspiração em tudo que já fizemos.

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