No dia em que entregámos os Prémios Activa Mulheres Inspiradoras, na última quinta-feira, 18 de abril, no Palácio da Cruz Vermelha, em Lisboa, subiu também a palco Rafael Pacheco, um jovem talento da guitarra portuguesa. Inspirados pelo seu talento numa tradiçãp tão antiga e tão portguesa, Rafael Pacheco supreendeu a plateia com a maturidade da sua arte, apesar dos seus 24 anos.
Uma arte que nem sempre foi a sua paixão e que começou a praticar por desejo da avó, que se prontificou para lhe oferecer as aulas, quando tinha 12 anos. E foi uma ida aos fados com a avó – quase a reboque e com a promessa de que havia lá comida – que lhe esculpiu um destino que nunca tinha imaginado e que faz dele hoje um dos principais nomes da guitarra portuguesa.
“Comecei por aprender viola clássica no Boa Esperança Atlético Clube Portimonense e na primeira aula comentei com o professor Agostinho Reis que fiquei fascinado com a forma como eles conseguiam mexer os dedos tão rápido, queria aprender só para saber fazer aquilo… Tratava-se da parte final do Fado Lopes, que aliás vou tocar aqui hoje. Foi o primeiro contacto que tive com a guitarra portuguesa, mas acabei por ficar pela viola e de uma forma autodidata comecei a aprender a tocar guitarra portuguesa.”, conta-nos.
“Nessa mesma semana, a minha avó pediu-me para ir com ela a uma noite de fados, ‘Estás de férias, vens com a avó, depois ficas lá em casa.’, disse-me ela, ao que eu respondi: ‘Ó avó mas eu nem gosto de fados’. E a avó disse-me: ‘Vais com a avó, ficas lá sentadinho com as amigas da avó e comes’. E eu pensei, ‘então se é para comer está bem'”, conta, com uma graça que lhe é natural.
A verdade é que o rapaz, que em pequeno nunca sonhara ser nada, ficou cativo daquela arte e hoje reconhece que os artistas que ouviu naquela noite – agora conhece-os todos – o fizeram apaixonar-se pelo fado: “O bichinho ficou e quis saber tudo. Mais tarde comecei um curso profissional na Escola da Bemposta, também em Portimão, a estudar guitarra clássica. Fazia parelha com um outro músico, ele tocava guitarra portuguesa e eu clássica, mas ele estava sempre a parar os ensaios, ora para fumar, ora para ir beber água… e nesses intervalos comcei a experimentar a guitarra dele e fui aprendendo de forma autodidata”, lembra.
A partir daí nunca mais parou e o seu talento não tem deixado ninguém indiferente, como aliás se viu durante a sua atuação, que arrebatou a plateia. Um talento raro e já reconhecido. Rafael Pacheco foi o grande vencedor da 5.ª edição do Prémio Novos Talentos Ageas 2022, promovido pela Fundação Casa da Música, em outubro do ano passado. E para grande orgulho da avó que, segundo Rafael, diz a toda a gente que é ela a “culpada”.
“Foi o primeiro prémio que recebi na vida e logo deste calibre e garanto que vencer um prémio é uma sensação incrível”, confessou-nos, divertido, sem esconder o nervosismo que continua a sentir cada vez que sobe a palco.
A revista ACTIVA entregou pelo sexto ano consecutivo os Prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras numa cerimónia que decorreu na Palácio da Cruz Vermelha, em Lisboa. A revista ACTIVA elege anualmente as Mulheres Inspiradoras que se destacaram nas seguintes áreas: Artes, Ciência, Desporto, Empreendedorismo, Personalidade Digital, Solidariedade e Sustentabilidade. É, ainda, atribuído o Prémio Carreira.
O júri é constituído por Maria de Belém Roseira, Conceição Zagalo, Luís Marques Mendes, Mafalda Anjos e Natalina de Almeida.
Os Prémios contam com o apoio, fundamental, das marcas C&A, DS Automobiles e Isdin.