Com a violência a subir de tom em Israel e nos territórios palestinianos, opiniões divergentes e fortemente defendidas desencadeiam debates quentes um pouco por todo o mundo.
Nas redes sociais, por exemplo, são mutos os utilizadores que se mostram pró-Israel ou pró-Palestina, ignorando que o Hamas, o grupo extremista que governa Gaza, não deve ser confundido com todos os palestinianos. É aqui que entra a importante mensagem de Gigi Hadid, considerada a autora da melhor reação de uma celebridade aos últimos acontecimentos no Médio Oriente.
A modelo de origem palestiniana, defensora assumida do movimento “Free Palestine”, lembrou-nos que devemos estar do lado de quem é mais afetado pelo conflito.
“Tenho uma profunda empatia pela luta palestiniana e pela vida sob ocupação. É uma responsabilidade que carrego diariamente”, começa por dizer. “Também sinto uma responsabilidade para com os meus amigos judeus de deixar claro, como fiz anteriormente: embora tenha esperanças e sonhos para os palestinianos, nenhum deles inclui ferir uma pessoa judia”, continua. “O terror de pessoas inocentes não está alinhado e não traz nenhum benefício ao movimento ‘Free Palestine’. A ideia contrária alimentou um ciclo doloroso de décadas de retaliação (do qual nenhum civil inocente, palestiniano ou israelita, merece ser vítima) e ajuda a perpetuar a falsa ideia de que ser pró-Palestina equivale a ser antissemita”.
Hadid concluiu a reflexão ao deixar uma mensagem de condolências ao povo, que, como sempre, é quem mais sofre com a guerra.
“Se estás a sofrer (…) envio-te o meu amor e força — independentemente de quem fores e onde estejas”, sublinha. “Existem muitos sentimentos complexos, pessoais e válidos, mas todos os seres humanos merecem direitos, tratamento e segurança básicos; não importa a sua nacionalidade, religião, etnia”, acrescenta. “Sei que as minhas palavras nunca serão o suficiente para sarar as feridas profundas de muitos, mas rezo pela segurança de vidas inocentes — sempre”.
Os números do terror
As palavras de Hadid chegam numa altura em que, segundo a imprensa internacional, o conflito já fez três mil mortos desde sábado: 687 civis em Gaza; 900 israelitas e 1500 combatentes do Hamas.
Tudo começou quando o Hamas iniciou uma ofensiva sem precedentes contra o Estado de Israel, disparando milhares mísseis e fazendo um número significativo de reféns na manhã de 7 de outubro. O ocorrido levou o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu a declarar que o seu país estava em guerra com o grupo.
A retaliação de Israel começou com ataques aéreos e, esta segunda-feira, o ministro da Defesa Yoav Gallant anunciou um “cerco completo” à Faixa de Gaza, impedindo os 2,3 milhões de habitantes de acederem a eletricidade, alimentos, água e gás. Agora, parece estar a preparar-se para uma invasão terrestre, com 300 mil reservistas convocados e posicionados junto à fronteira com o território controlado pela organização islamista.
Os últimos relatos de derramamento de sangue dão conta de que o Hamas terá assassinado 40 bebés israelitas, sendo que muitos deles terão sido encontrados decapitados. O grupo de militantes islâmicos da Palestina já avisou que começará a transmitir a execução de reféns se Israel tiver como alvo “civis inocentes”.