Em primeiro lugar, comecemos pelo básico: porquê, onde e quando votar.
Porquê votar
Por várias razões.
– É pelo voto que mostramos aquilo que pensamos. O voto é uma pergunta que lhe fazem sobre os destinos do país. Se não responde, está a dizer que podem fazer aquilo que quiserem. É mesmo isso que quer?
– Foi um direito duramente conquistado por pessoas que se sacrificaram muito para que o tivessemos. Vote nem que seja por respeito.
– Votar faz parte da democracia. É um sistema que tem muitas falhas mas até agora ainda não se inventou nada melhor. Se não votar, está basicamente a dizer que preferia viver em ditadura.
– Ao contrário do que se pensa, não votar não é um ato de revolta. Não votar é revoltar-se apenas contra o sistema democrático. Se não gosta mesmo de nenhum daqueles senhores, chegue lá e vote em branco (problema do voto em branco: lembre-se que está a dar o seu voto àqueles de quem não gosta mesmo nada). Portanto, mesmo que ache que os políticos são todos iguais, vote no menos mau (na sua opinião evidentemente).
– O meu voto não vai decidir nada – Pois se calhar não, mas se todos ficarmos em casa nada se resolve.
– ‘Os políticos são todos iguais’ – Não são. Isto é uma desculpa de quem não tem paciência para se informar. Se não tem paciência para se informar, leia a última parte deste artigo, que também pensámos em si.
Onde votar
Se está um bocado perdido com toda esta emoção das eleições, não é o único. Em primeiro lugar, comecemos pelo mais básico: muita gente não vota porque não sabe sequer onde está inscrita (e se). Mas é muito fácil: não precisa de se inscrever em lado nenhum. O processo de recenseamento é automático e só precisa do cartão de cidadão ou de algum documento com fotografia atualizada, como o passaporte (se por azar tiver perdido tudo isto a caminho das urnas, mesmo assim consegue votar: pode levar duas testemunhas que confirmem a sua identidade).
Atenção que se tiver mudado de casa nos últimos anos para um bairro diferente, o seu local de voto também mudou automaticamente (desde que tenha indicado a sua nova morada no Cartão de Cidadão).
Se não souber o seu local de voto, entre no Portal do Eleitor (www.portaldoeleitor.pt/) onde lhe dizem onde se deve dirigir. Também pode obter essa informação por SMS, através do número 3838 (é grátis) escrevendo RE espaço nº de BI ou CC espaço Data de Nascimento no molde AAAAMMDD.
Portanto, recapitulemos o que é preciso: Cartão de cidadão e saber o local de voto.
Quando votar
Dia 10 Março, que é Domingo, entre as 8 e as 19 horas.
Toda a gente pode votar antecipadamente – uma semana antes das eleições, ou seja, neste caso, a 3 de Março, domingo – sem precisar de justificação e no local que escolher independentemente de onde esteja recenseado, mas este ano o prazo de inscrição já terminou. Fica a informação para as próximas eleições.
Em quem votar
Saber em quem votar vai dar mais trabalho (enfim, dependendo do interesse) mas também tem muitas ajudas.
Para quem tem paciência – No site da Comissão Nacional de Eleições (www.cne.pt) dão-lhe informações sobre candidaturas e partidos. Mas vale mais a pena consultar o programa de cada partido, que está disponível no respetivo site de candidatura.
Para quem não tem paciência – Faça uma espécie de estudo privado: escolha um amigo (informado) de cada partido e peça-lhe para lhe falar sobre aquilo que o partido defende. É uma técnica pouco científica mas é melhor do que nada. Ou então pense para consigo: com que pessoa é que eu mais me identifico em termos de ideais e ideias? Tente pensar pela sua cabeça. Até podemos ter crescido numa família de direita mas descobrimos que pensamos à esquerda, ou vice-versa. (NB – Não se ponha a fazer testes na Internet sobre se vota à esquerda ou à direita. São muito pouco fiáveis. Enfim, pelo menos se calhar fazem pensar.)
Se mesmo assim continuar indeciso – Lembre-se: não há nenhum partido que vá corresponder a 100% àquilo em que acredita. Por isso vá pela aproximação. Qual é o partido com que mais se identifica? Outra questão importante é pensar também nos outros. Eu tenho estas e estas questões que me preocupam. Mas eu não estou sozinho no mundo: em que é que estas medidas vão melhorar a vida das outras pessoas, das que têm menos que eu, das que são diferentes de mim?
(NB – Última achega: lembre-se que se chegar à urna e escrever mais alguma coisa no seu boletim de voto que não seja a cruz, o voto será considerado nulo).