Praticada nas tribos ancestrais e com recurso aos elementos naturais disponíveis está, curiosamente, muito próxima da medicina tradicional, do tipo erudito. Também conhecida por “medicina rústica” a medicina popular é a utilização pelo povo de drogas, substâncias, gestos ou palavras para obter mais saúde.. Não é apenas uma coleção de plantas medicinais, usadas para prevenir e curar doenças. Há também o seu lado mágico, suas ações e orações que o povo utiliza na cura dos seus males físicos e mentais.
A medicina popular define-se como o conjunto de conhecimentos e crenças criados pelo povo. Como a cultura popular se caracteriza pela oralidade, por vezes esta oralidade traduz mais facilmente certas adaptações locais e certas adaptações específicas à doença.
Durante milhares de anos o Homem, guiado pelo mesmo instinto que leva hoje, outros animais a fazerem purgas com ervas escolhidas, seleccionava na natureza os vegetais indicados para a cura dos seus males.
Ao organizar-se em comunidades o Homem foi passando o conhecimento de geração em geração e, foram ainda criadas novas fórmulas que, por serem curativas alguns tinham como mágicas e dotadas de poderes sobrenaturais. Os curandeiros tornaram-se lendários e eles são atribuídos poderes mágicos e sobrenaturais que, obviamente, não têm.
As Medicinas Populares mantêm-se presentes nos dias de hoje com maior ênfase em África ou na América Latina. Em Portugal são praticadas com mais assiduidade a norte do País. Não é certamente por acaso que, em Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, se realiza anualmente um Congresso de Medicina Popular que já contou com mais de 20 edições e junta perto de 30 mil participantes ao longo dos quatro dias de duração.
No Brasil, por exemplo, a prática de medicina popular é anterior à chegada dos portugueses e era praticada desde tempos imemoriais pelos índios que habitavam o país.
A Medicina Popular confunde-se, recentemente, com a fitoperapia, o tratamento através de plantas. Com as plantas é possível fazer chás, tisanas, mezinhas, unguentos e outros tratamentos de resultados lentos e nem sempre adequados. Nalguns casos estes “tratamentos” se mal conduzidos podem até potenciar a doença.
Não podem confundir-se Medicinas Populares com Medicinas alternativas, caso da homeopatia ou da medicina tradicional chinêsa, ciências que visam um tratamento holístico e que não descartam o recurso à medicina tradicional. Aliás, o termo mais correcto é Medicinas Complementares, na medida em que podem intervir em simultâneo e obter-se assim resultados potenciados. O recurso a estas Medicinas deve ser efectuado com lucidez e nunca como acto de desespero.