Otimismo, a arma anticrise

"O firmamento não é menos azul porque as nuvens o ocultam ou porque os cegos não o veem" A sabedoria deste provérbio dinamarquês é milenar, mas no século XXI, os cientistas e psicólogos estão de acordo: o otimismo é meio caminho andado para uma vida mais feliz! E sim, pode ser ‘aprendido’ mesmo pelas mais pessimistas. No final, só tem a ganhar em qualidade de vida. E vale mesmo a pena o esforço!

. Os especialistas acreditam que a componente hereditária do optimismo é de cerca de 30% a 40%. O resto está associado ao ambiente em que crescemos e ao factor personalidade.

Afinal, o que é o otimismo?

Podemos começar por explicar o que não é. Não é acreditar que vai casar com o George Clooney ou que lhe vai sair o euromilhões. Não é sinónimo de irrealismo ou de fuga à realidade. "É uma forma de sentir e de pensar que nos ajuda a utilizar judiciosamente as nossas próprias habilidades e os recursos do meio envolvente e a lutar contra as adversidades sem nos desmotivarmos", explica Luís Rojas Marcos, autor do livro ‘A Força do Otimismo’ (Esfera dos Livros). No fundo, é acreditar que, apesar do mundo não estar livre de adversidades e de problemas, somos capazes de lidar com eles, graças às nossas capacidades, e de obter resultados positivos, seja em termos pessoais ou profissionais, em tempo de abundância ou de crise.
Os estudos indicam que nem o sexo, nem a idade, nem o nível sociocultural ou a inteligência influem nesse estado de espírito.

Por um lado, é preciso contar com o fator genético, por outro, com o ambiente em que se cresceu – pais otimistas têm mais probabilidades de terem filhos otimistas – e, claro, com a personalidade. Mas mesmo quando estes fatores estão contra si, só tem a ganhar se mudar de postura e deixar o pessimismo na gaveta.

Porquê ser mais positiva?

– Proporciona uma vida mais calma.
"As perspetivas otimistas facilitam a estabilidade, enquanto as posturas derrotistas fomentam os conflitos ", salienta Luís Rojas Marcos. Isto significa que se tem por hábito desconfiar do mundo e dos outros em geral, inconscientemente vai partir para as suas relações com uma postura mais defensiva aberto e pronta a encontrar defeitos. Resultado? Ataca em vez de tentar compreender, desconfia de quem se tenta aproximar, inicia uma relação a pensar desde logo que está condenada ao fracasso. E está provado que as nossas convicções têm grande tendência para se concretizarem.

– Ajuda a alcançar os nossos objetivos.
Segundo o psicólogo americano Martin Seligman, os otimistas tendem a ser mais persistentes e conseguem atingir os seus objetivos apesar das dificuldades, enquanto os pessimistas tendem a desistir mais facilmente porque não têm esperança de conseguir chegar lá.

– Sofre menos de stresse e doenças.
Os níveis de ansiedade, bem como a ocorrência de esgotamentos e depressões, são muito mais reduzidos em pessoas que estão de bem com a vida. Além disso, diversos estudos já provaram que os pessimistas mantém a saúde por menos tempo e morrem mais cedo do que os otimistas, isto porque o stresse debilita o sistema imunitário e aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

– Alcança uma vida social e emocional mais satisfatória, inclusive relações que duram mais tempo, pois não há uma cedência logo às primeiras dificuldades. Ter uma visão otimista significa maior abertura para olhar os problemas e tentar resolvê-los, em vez de pensar "não vale a pena, é um caso perdido."

– É mais feliz.
As pessoas otimistas apreciam muito mais a vida, porque não estão focados nos problemas, mas no lado bom da existência. Vivem e apreciam o momento presente e não se deixam levar por angústias relativas ao que sucederá no futuro. Uma promoção no emprego, por exemplo, é para ser celebrada e encarada como uma possibilidade de êxito e não para ser alvo de pensamentos do estilo "será que vou ser capaz de estar à altura das novas responsabilidades?"

Como cultivá-lo

– Não olhe para o passado com amargura:
"uma visão favorável do passado aumenta a nossa autoestima e predispõe-nos para acreditar no presente e no futuro; pelo contrário uma perspetiva negativa das nossas ações passadas pode impregnar de lamentos o nosso dia-a-dia", salienta Luís Rojas Marcos. Por isso, valorize essencialmente as boas recordações, os êxitos e as relações gratificadoras que teve e lembre-se que as experiências do passado, mesmo as menos boas, são uma arma para enfrentar desafios futuros.

– Não se culpe constantemente:
"os otimistas consideram-se mais frequentemente isentos de culpa pelos seus erros", frisa Luís Rojas Marcos, além de saberem que, de acordo com as circunstâncias, fizeram o seu melhor. Por isso, tente aceitar e relativizar aquilo que considera fracassos pessoais.

– Evite pensar que uma desgraça vem sempre para ficar:
"as pessoas otimistas, quando são atingidas por alguma adversidade, costumam pensar que é uma desventura temporária; os pessimistas tendem a pensar que os efeitos são irreversíveis e os danos permanentes", explica Luís Rojas Marcos. Isso cria uma sensação profunda de infelicidade, quando na realidade sabemos que as situações menos boas são, por norma, transitórias.

– Aprenda a valorizar-se:
Quando alguma coisa boa lhe acontece, não diga que "tive sorte". Antes aprenda a reconhecer que isso é fruto do seu mérito. Lembre-se que, como realça o psicólogo, "os pessimistas não se acham merecedores de algo positivo e por isso não valorizam as suas capacidades".

– Adote um estilo de pensamento positivo:
Por exemplo, não veja sempre o lado mau de uma situação ou o seu eventual desfecho. Inicialmente, terá de se forçar a fazê-lo, o que lhe pode soar artificial, mas com o tempo vai mudar o seu padrão de pensamento.

– Cuidado com o antiotimismo:
O mais comum é pensar-se "se me deixo levar pelo otimismo de certeza que me desiludo". Ser otimista não lhe tira as defesas contra eventuais desilusões, antes torna mais fácil aceitá-las.

– Não confunda com falta de sensatez
"O pensamento positivo é congruente com a vontade de viver e com a capacidade de avaliar com sensatez as vantagens e desvantagens das decisões", lembra Luís Rojas Marcos.


Descubra se é otimista!

Responda sim ou não às seguintes questões
1.Tenho tendência a ver o lado positivo de todas as situações.
2.Posso olhar para trás e ver uma infância feliz.
3.Quando planeio uma nova atividade, raramente vejo consequências desastrosas.
4.Os meus amigos dizem que tenho imensa energia.
5. Eu acordo a antecipar cada novo dia.
6.Penso mais em termos de oportunidades do que de obstáculos.
7.Raramente me arrependo de ações passadas.
8.Não me consigo lembrar da última vez que me senti deprimida.
9. Acho que tenho muito para oferecer.
10. Acredito que a maior parte das pessoas desejam o bem.
Se respondeu sim a mais de seis questões, então é uma pessoa otimista.
Se respondeu sim a menos de quatro, tem mesmo de cultivar esta nova forma de estar.






. A escolha do slogan de Obama, ‘Yes we Can’, (sim, podemos) é um sinal da força de uma postura otimista, que encara a mudança como possível, desde que exista vontade para tal.

Rir é ainda o melhor remédio

Clubes do riso e yoga do riso multiplicam-se por todo o lado. Consistem em promover sessões regulares de grupo, orientadas por monitores, que têm como objetivo promover o riso, enquanto expressão de alegria e de felicidade.
Em Portugal, pode informar-se sobre este tipo de atividades nos sites http://www.embaixadadoriso.com/, que organiza sessões regulares de yoga do riso, e em http://cdr.yogadoriso.com/clubes.htm, onde encontra um diretório de todos os clubes do riso existentes no nosso pais.

** Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico **

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