O coração dos portugueses não anda bem. Pelo menos a crer no diagnóstico das estatísticas, que apontam as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte no País. A maior parte destas doenças resulta de um estilo de vida pouco saudável e é por isso que a Fundação Portuguesa de Cardiologia aposta na prevenção. De outra forma, torna-se difícil combater o índice de mortalidade dos acidentes vasculares cerebrais e dos enfartes do miocárdio, as principais patologias deste órgão. Além da prevenção, é importante saber detectar os sinais de enfarte, que diferem entre homens e mulheres. É que receber ajuda médica em tempo útil pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Sinais de enfarte são diferentes nas mulheres
Até há pouco tempo o enfarte era considerado uma doença masculina, mas o cenário está a mudar. A generalização dos (maus) hábitos de vida está a equiparar os números e as estatísticas começam mesmo a penalizar as mulheres na taxa de mortalidade. Os motivos? ‘Os sinais de alarme são diferentes no sexo feminino. As mulheres sofrem mais o chamado enfarte silencioso, não sabem identificar os sintomas e chegam demasiado tarde ao hospital’, diz a cardiologista Teresa Mota. ‘A clássica dor no peito, por exemplo, está mais associada aos homens. Elas podem sentir náuseas, tonturas, falta de ar, ansiedade, cansaço e dor abdominal, sintomas variados que nem sempre associam a problemas cardíacos e tendem a negligenciar.’ Outra diferença: as mulheres começam a ter doenças coronárias, em média, dez anos mais tarde do que os homens, geralmente após a menopausa. E a idade é um factor que também pesa na gravidade e mortalidade destas patologias.
Estarei em perigo?
Os factores de risco dividem-se em:
Não controláveis . idade, sexo e hereditariedade. O risco aumenta a partir dos 40 anos nos homens e uma década mais tarde nas mulheres. O historial familiar também conta.
Controláveis . obesidade, tabagismo, sedentarismo e diabetes. Estão ligados ao estilo de vida. Se tem excesso de peso e é sedentária, está em risco. É fundamental fazer exercício (ande meia hora por dia), reduzir fontes de stresse e perder peso. Diminuir o café e o álcool também é prioritário, assim como deixar de fumar. O tabaco aumenta quatro vezes o risco de doença coronária.
Invisíveis . hipertensão e colesterol. Só são detectáveis em análises de rotina, daí a importância de fazê-las uma vez por ano. Tensão acima de 140/80 mmHg é um sinal de alerta, já que pode causar danos no coração e nos vasos sanguíneos. Reduza o sal e combata o colesterol, outro inimigo do coração que leva ao entupimento das artérias (acima de 190 mg/dl é perigoso). Prescinda das gorduras saturadas das carnes vermelhas e da manteiga.
MAIO É O MÊS do coração
Este ano o tema é Obesidade, Diabetes e Doenças do Coração. Dias 8 e 9 há um Curso de Alimentação Saudável, na Academia dos Sabores, em Lisboa, e pode fazer rastreios gratuitos no C. Comercial Colombo de 8 a 14 dinamizados pela Fund. Portuguesa de Cardiologia.