Quem por aqui passa sabe que defendo as curvas femininas mais do que ninguém. No entanto, não subscrevo artigos patetas deste género, a confundir “curvy” com “plus size” – as duas coisas não andam necessariamente juntas: há raparigas magras com muitas curvas e raparigas gordinhas sem nenhuma – a perpetuar o mito de que Marilyn Monroe vestia o 42 quando é sabido que usava um pequeno 36 e com discursos de celebridades a advogar “gordura é formosura, e as mulheres normais são rechonchudas”, entre outras tonterias.
Desculpem lá, mas o “normal” se não é a modelo de high fashion altíssima e magríssima, também não será ser assim para o gorducho: mais de metade das mulheres com quem convivo diariamente vestem entre o 34 e o 38, logo das duas uma – ou os padrões impossíveis vieram todos para as minhas bandas ou andam a vender-nos ideias algo confusas, no mínimo.
Textos assim, cheios de wishful thinking, não só chamam redonda a quem está longe de o ser como colocam no “tamanho” uma ênfase que só complica. O que importa é a beleza, a harmonia da forma, as proporções, o biótipo e vestir de acordo. Tudo o resto é subjectivo.
E Sophia Loren, como boa italiana, sabe umas coisas sobre isso: as mulheres não devem matar-se com dietas. Quando era jovem, a actriz era algo magricelas: foi precisa uma dieta romana com muita pasta, muito azeite e bom vinho para ficar como a conhecemos.
É preciso descobrir a “dieta” que funciona com o organismo de cada uma – em geral, será a que nos dá energia, não provoca flutuações de peso nem mal estar.
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