Seja em viagem, férias ou festas, o verão é a época do ano mais propícia a conhecer gente nova. Mas, muitas vezes, a timidez ou sensação de nos sentirmos como um peixe fora de água trava-nos.
Maggie João é coach da Executive and Life Coaching, habituada a preparar altos cargos para os desafios sociais e profissionais que os esperam, para além de ser autora de livros sobre o tema. Partilha connosco alguns dos segredos para vencermos a timidez e sermos (ainda mais) encantadoras.
Deixe uma excelente primeira impressão
“São muito importantes, porque ditam muito do nosso comportamento, consciente e inconsciente, perante essa pessoa daí para a frente. Conta sobretudo a forma como nos sentimos quando conhecemos alguém e como essa pessoa nos fez ou faz sentir. Se fico nervosa quando conheço alguém pela primeira vez, esse nervosismo vai ficar registado e será preciso trabalhar para que desapareça. Pelo contrário, se quando conheço alguém me sinto bem, inteira, é natural que queira voltar a estar com ela e os pensamentos desse encontro me deixem relaxada, energizada e até feliz.”
Arrase na sua apresentação
“Quando nos apresentamos a alguém, devemos fazer três coisas: dizer o nosso nome e repetir o nome próprio; olhar nos olhos; e sorrir ou esboçar um sorriso e/ou dar um aperto de mão.”
Para início de conversa…
É ótimo conseguir defender um ideal com unhas e dentes… O problema são justamente as unhas e os dentes, diz a coach. “Já diziam as nossas mães que à mesa não se fala de futebol, política nem religião. No entanto, se não puder ou quiser evitar, há que mostrar-se recetivo ao facto de que cada um tem direito a ter uma opinião diferente. Nas primeiras conversas é bom evitar assuntos sobre os quais temos uma opinião muito forte, pois mudam seriamente a nossa postura. Se estamos a falar de um assunto que nos deixa num tom agressivo, isso vai dar a ideia de que somos agressivos. No entanto, isso não significa que devemos apenas falar de assuntos superficiais e não expressar a nossa opinião. Sugiro que contorne o assunto para que a conversa não azede, use o humor, que muitas vezes é um bom salvador de conversas. Há uma grande diferença entre usar-se um tom agressivo e um tom assertivo.”
É (quase) só sorrir e acenar
“Estudos mostram que a linguagem não-verbal (gestos e tonalidade das palavras) representa mais de 90% de toda a nossa comunicação. É muito mais importante como dizemos do que o que dizemos. O sorriso é, sem dúvida, o aspeto a que damos mais atenção e depois os olhos e a sua expressão. Muitas vezes não sorrimos com os lábios, mas fazemo-lo com os olhos e isso conta para gerar empatia. O chamado sorriso amarelo, ensaiado, é pior que a naturalidade da pessoa mais tímida.”
Aproxime-se de quem é mais parecido consigo
Quando não estamos no nosso ambiente natural, pode ser um começo mais auspicioso chegar à fala com alguém que parece tão tímido e introvertido como nós. “Está provado que temos tendência a nos aproximarmos mais de pessoas que denotem alguma parecença connosco. Se sou introvertida e estou numa festa, talvez me sinta melhor com pessoas também elas introvertidas e não com as extrovertidas. A autoestima trabalha-se: sentir que tem tanto ou mais valor do que as pessoas com quem está, imediatamente vai deixá-la mais à vontade e a agir com naturalidade. Está provado que as pessoas que são elas próprias têm menos stresse nas suas vidas.”
Se não nasceu para rainha, aceite ser a princesa da festa
Numa festa há sempre alguém que se lembra de um jogo divertido, que consegue pôr o chefe a dançar a Macarena em cima da mesa e faz qualquer conversa fluir. É pena, mas, muitas vezes, não somos nós. “Talvez dinamizar uma festa seja uma maratona para algumas pessoas. Se uma pessoa não tem o talento natural para isso, talvez devesse começar por ajudar alguém que o tenha, ser o seu apoio. Forçar uma coisa (quase) nunca dá bom resultado.”