Um estudo recente concluíu que algumas pílulas com doses elevadas ou moderadas de estrogénio podem aumentar os riscos de cancro de mama até 50%.
A pesquisa, levada a cabo por cientistas do Fred Hutchinson Cancer Research Center, estudou 1102 pacientes com cancro de mama, diagnosticado entre 1990 e 2009. Os resultados foram comparados com os do grupo de controlo, que contou com, aproximadamente, 22 mil mulheres. As que tinham tomado pílulas com uma dose elevada ou moderada de estrogénio, cerca de um ano antes do diagnóstico, viram o seu risco de cancro de mama aumentar 50%.
A equipa responsável pelo estudo salientou, ainda, que qualquer risco acrescido de cancro desaparece 10 anos depois do abandono da toma dos contraceptivos. As pílulas com dosagens hormonais que vão de níveis baixos a moderados não mostraram um risco aumentado para o aparecimento da doença.
Nos últimos 30 anos, os contracetivos orais têm vindo a ser reformulados de modo a baixar a concentração hormonal.
O estudo tem sido bem recebido pela comunidade científica, que vê nele um avanço na pesquisa sobre o impacto que diferentes concentrações hormonais têm no aparecimento de cancro de mama. A patologia tem, no entanto, uma baixa incidência em mulheres com menos de 40 anos, independentemente de tomarem ou não a pílula, lembram os médicos.
“Apesar dos investigadores afirmarem que são necessários mais estudos, estamos mais perto de descobrir se as novas pílulas, com doses hormonais baixas, estão ou não associadas com o mesmo risco de vir a desenvolver cancro de mama que as pílulas com concentrações mais elevadas, usadas no passado”, afirmou Caroline Dalton, do instituto Breakthrough Breast Cancer, ao jornal britânico The Independent.