Um novo estudo, publicado no ‘Canadian Medical Association Journal’ e citado pela revista ‘Time’, revelou que as mulheres que se submeteram a tratamentos de fertilidade e que não engravidaram nos 12 meses seguintes, apresentaram mais 19 por cento de probabilidade de sofrer de problemas cardiovasculares do que as que conseguiram engravidar.
A diferença do risco entre os dois grupos de mulheres foi observada logo nos primeiros cinco anos após os tratamentos de fertilidade. As mulheres que tiveram um aborto espontâneo apresentavam um risco ainda maior de vir a ter doenças cardíacas.
Contudo, o autor do estudo e cientista do Instituto de Ciências de Avaliação Clínica e cardiologista no Centro Cardíaco Peter Munk, Dr. Jacob Udell, explica que, apesar da conclusão, os dados mostram que os riscos são baixos: cerca de 10 em cada 1000 mulheres que não engravidaram depois dos tratamentos tiveram problemas cardíacos, ao contrário de 6 em cada 1000 mulheres que engravidaram.
Esta conclusão é resultante de uma pesquisa que contou com dados de 28 mil mulheres, com uma idade média de 35 anos, e que se submeteram a tratamentos de fertilidade entre 1993 e 2011.
Segundo o diretor da Divisão de Endocrinologia Reprodutiva e Fertilidade do Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, Dr. Alan Copperman, é importante frisar que atualmente os tratamentos de fertilidade são completamente diferentes do que os dos anos 90 e da primeira década de 2000, altura em que os investigadores recolheram dados para a realização deste estudo.
O cardiologista Ubell explicou: “Não queremos alarmar, nem queremos que as mulheres achem que devem suspender os tratamentos. Queremos sim, que as mulheres reflitam sobre os potenciais riscos de problemas de saúde e que os discutam com os médicos que as acompanham.”