O ator inglês Daniel Craig, o James Bond de ‘Casino Royale’ e ‘Quantum of Solace’, já está ‘escalado’ para interpretar o jornalista Michael Blomkvist no ‘remake’ americano do livro ‘Os Homens que Odeiam as Mulheres’, o primeiro da saga Millenium, do sueco Stieg Larssen.
O conservadorismo americano já se afastou do título original e re-intitulou o filme, ainda em pré-produção, ‘A Rapariga com a Tatuagem do Dragão’, a ser realizado por David Fincher. Estrelas como Johnny Depp ou George Clooney foram consideradas para o papel do protagonista, mas Daniel Craig tem um visual mais parecido com um sueco típico.
Quanto à sua co-protagonista, a ‘hacker’ Lisbeth Salander, a escolha está a revelar-se uma das maiores dores de cabeça para os produtores desde a escolha de uma atriz para interpretar Scarlett O’Hara, em ‘E Tudo o Vento Levou’, e mais ou menos pelas mesmas razões. Carey Mulligan (‘Uma Outra Educação’) aparece indicada como a escolha mais provável, mas ainda não há certezas. Depois de ‘estudarem’ várias atrizes das mais novas (e mais baixinhas…) os produtores andam agora à procura de uma desconhecida.
Também houve quem propusesse o nome de Kristen Stewart, a estrela de ‘Crepúsculo’, mas os fãs indignaram-se de tal maneira que a proposta recuou: há que recordar que a personagem de Salander sofre as torturas mais terríveis, incluindo violência física e violação, e os admiradores da doce Kristen não queriam vê-la em tais situações.
Aliás, uma das questões é a forma como Lisbeth Salander será apresentada por um realizador americano. Uma ‘hacker’ minúscula e misteriosa, vítima das maiores violências, Lisbeth ajuda Blomkvist a resolver o mistério da criança desaparecida. Larssen é bastante gráfico na descrição das torturas a que Lisbeth é sumetida, e o filme sueco não lhe fica atrás, mas os americanos são conhecidos pela sua pouca originalidade. Será o argumento fiel à descrição de Larssen ou veremos uma Salander tipo Lara Croft, maquilhada a gosto das audiências americanas?
A trilogia ‘Millenium’ foi um dos mais retumbantes sucessos editoriais dos últimos anos, mas o seu autor já não assistiu a esta ‘febre’: morreu subitamente, de AVC, 9 meses antes da publicação do primeiro livro. Consta que teria planeado 10 volumes, mas os três que deixou foram o suficiente para criar uma verdadeira Larssen-mania. Se os americanos tomam balanço, qualquer dia teremos a vida do próprio Larssen no écrã….
** Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico **
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