Jane Fonda, 78 anos, fez uma revelação surpreendente. Num ensaio, a atriz diz que chegou 30 anos atrasada ao feminismo e entra em detalhes em relação à sua jornada para se tornar feminista, que nasceu de forma complexa. “Fui lenta a chegar aqui”, admitiu.
A estrela citou um artigo que escreveu nos anos 70, no qual dizia não perceber o Movimento pela Libertação das Mulheres. Um cenário que mudou quando se tornou ativista anti-guerra e conheceu algumas feministas, incluindo uma anónima que discursou para um grupo de soldados.
“A mulher disse que se existisse verdadeiramente igualdade entre homens e mulheres, seria bom para ambos os sexos”, recapitulou. “Não é uma questão de as mulheres ficarem com parte da vossa tarde, é sobre partilhar a tarde e torná-la maior. Todos ganham. Meninos, homens, mulheres, raparigas, a Terra, tudo”.
A partir daí, Fonda começou a identificar-se como feminista, mas foi preciso superar o seu “sexismo interiorizado”.
“Quando entrei na adolescência, o espetro da feminilidade apareceu, tudo o que importava era o meu aspeto e integrar-me”, escreveu. “Esvaziei. Quase tudo interessante em relação a mim recolheu-se para fora e passou a residir ao lado do vazio”.
A atriz veterana admite que odiava o próprio corpo, algo que se refletiu num distúrbio alimentar e na escolha de homens que não reparavam porque tinham os seus próprios “problemas”. Tornar-se sexagenária inspirou uma nova forma de pensar.
“Quando completei 60 anos e entrei no meu terceiro e último ato, decidi que, independentemente do quão assustador fosse, precisava de curar as feridas que o patriarcado me infligiu”, disse. “Não queria chegar ao fim da minha vida sem fazer os possíveis para me tornar uma mulher inteira, com voz própria”.
Jane Fonda disse ainda que a sua jornada é externa, interna, pessoal, política e sobre “lentamente tornar-se o sujeito da própria vida”.
“Demorei 30 anos a percebê-lo, mas não faz mal desabrochar tarde, desde que não se perca o espetáculo de flores”.