Em fim de mandato, o presidente dos Estados Unidos tem aparecido em todos os media, dos que fazem uma abordagem mais política, aos talk shows televisivos mainstream. Nem as revistas femininas de grande tiragem lhe têm escapado, como foi o caso da Glamour, para a qual escreveu um artigo de opinião onde partilha os seus pontos de vista sobre feminismo e o papel da mulher nos EUA.
“Uma das coisas que me faz sentir otimista em relação a elas, é que esta é uma época extraordinária para se ser mulher”, escreve, referindo-se às duas filhas adolescentes, Malia (18 anos) e Sasha (15). “O progresso que aconteceu nos últimos 100, 50, (e sim) até nos últimos 8 anos, faz com que a vida seja significativamente melhor para as minhas filhas do que o foi para as minhas avós. E não o digo só como Presidente, digo-o como feminista.”
O presidente norte-americano reflete como passou a vida rodeado de mulheres que tiveram que vencer muitas batalhas; da mãe, que o criou sozinha, à mulher, Michelle, que equilibrou uma carreira bem sucedida na advocacia com a maternidade. “Gosto de pensar que estou bem ciente dos desafios muito particulares que as mulheres têm de enfrentar – e foi isso que moldou o meu feminismo. Mas, enquanto pai de duas raparigas, ainda me tornei mais ciente dos estereótipos de género presentes na nossa sociedade. Sentimos a enorme pressão a que as raparigas estão sujeitas para parecerem, se comportarem e até para pensarem de determinada maneira.“
Obama reflete no que ainda é preciso fazer. “Precisamos de mudar esta atitude que nos leva a educar as nossas filhas para serem recatadas e os nossos filhos para serem assertivos, que critica as nossas filhas por falarem abertamente e os nossos filhos por derramarem lágrimas. Precisamos de continuar a mudar a nossa atitude, que recrimina a sexualidade feminina e que premeia a dos homens.”
Quem também falou recentemente sobre feminismo foi a atriz Sarah Jessica Parker. Em entrevista para o último número da Marie Claire americana, a atriz de 51 anos diz: “Não sou feminista – acho que não cumpro os requisitos para isso. Acredito nas mulheres e acredito na igualdade, mas há tanta coisa que precisa de ser feita que nem quero fazer distinções. Estou farta desta separação. Só quero que as pessoas sejam tratadas de forma igual.”
No entanto, Parker aproveita para se manifestar contra a disparidade de salários femininos e masculinos na indústria americana do entretenimento. “Gostaria que todo esse disparate parasse. Gostaria que as mulheres fossem pagas com base no valor justo das suas contribuições, e não em conceitos antiquados sobre género.”
Para alguém que diz que não é uma feminista, Sarah parece um pouco confusa, como observa a colunista Julia Brucculieri, do Huffington Post, “uma vez que a definição de feminismo é a crença de que homens e mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais.”