Recentemente, o jornal The Guardian publicou um artigo onde afirmava tinha tido acesso a documentos que provavam que Isabel II teria utilizado a sua influência para ocultar as suas finanças. O caso remonta à primeira metade dos anos 1970 e o mesmo jornal informa a rainha, em articulação com o seu advogado, teria negociado com o primeiro-ministro da época, Edward Heath, para que fosse alterado um estatuto na lei, de forma a evitar que fosse tornado público o valor da sua fortuna.
Com esta alteração teria sido introduzida uma cláusula que poderia ser utilizada para contornar as normas de transparência em vigor. Estas revelações estão incluídas numa investigação que o jornal se encontra a fazer sobre o “consentimento da rainha” um instrumento parlamentar que pode ser usado pela Chefe de Estado quando são debatidos projetos de lei que podem afetar os interesses da rainha.
Esta é uma norma que visa que a monarca tenha que dar o seu “consentimento” antes de a lei chegar ao Parlamento, ao contrário do que acontece com a “sanção real”, que é aplicada quando a rainha ‘aprova’ uma lei que já foi antes aprovada em plenário.
Agora, o palácio de Buckingham emitiu um comunicado onde desmente a informação avançada pelo jornal britânico. “O consentimento é sempre concedido pelo monarca quando é solicitado pelo Governo. Qualquer afirmação de que a Soberana tenha bloqueado uma legislação é simplesmente incorreta. Sobre se o consentimento da Rainha é requerido [isso] é [algo] decidido pelo Parlamento, independentemente da Casa Real, em questões que afetariam os interesses da Coroa, incluindo a propriedade pessoal e interesses pessoais da monarca”.
Os documentos a que o jornal britânico terá tido acesso encontram-se nos Arquivos Nacionais e datam de 1973.