Na entrevista mais polémica, mas também a mais honesta da sua carreira, Cristiano Ronaldo não camuflou a dor e o sofrimento que viveu em abril deste ano, quando perdeu um dos seus filhos gémeos. “Foi provavelmente o momento mais duro que vivi na minha vida, depois da morte do meu pai. Quando temos uma criança, esperamos que tudo corra normalmente e quando há um problema é duro”, explicou, com a voz sempre embargada, a Piers Morgan.
O jogador admite que foi difícil ajustar a normalidade dos dias e da vida que continuava a acontecer, com a dor que estava a sentir. “No futebol tudo é muito rápido, há muitas competições, muitos jogos, nunca se para e eu e a minha família estávamos a passar pelo momento mais duro das nossas vidas, em especial a Gio. Foi duro”, confessou, assumindo a dificuldade em gerir os seus próprios sentimentos contraditórios, já que no meio de tamanho sofrimento também havia a felicidade inerente ao nascimento da filha, Bella Esmeralda. “Tentei explicar muitas vezes à minha família e aos meus amigos mais próximos, mas é muito difícil, sentir-me feliz e triste ao mesmo tempo. Não sabia se ria ou se chorava. Não sabemos como reagir, na verdade não sabemos o que fazer”, disse.
Um dos momentos que mais o marcou foi quando a companheira, Georgina Rodriguez, regressou a casa com a filha recém-nascida do casal, mas sem o filho, o bebé Angel, e as perguntas dos seus filhos mais novos começaram a ecoar. “Onde está o outro bebé?”, repetiam. Cristiano contou que optaram por dizer às crianças que o irmão tinha ido para o céu. As cinzas do filho estão guardadas numa capela que têm em casa, juntamente com as do pai do jogador, que morreu em 2005.
Nesta entrevista, Cristian Ronaldo confessou, ainda, que a perda de Angel uniu-o ainda mais a Georgina: “Tornei-me mais carinhoso com ela e com os meus filhos e comecei a ver a vida de outra forma”. No imediato, o jogador não pretende casar-se, mas é algo que faz parte dos seu planos num futuro próximo. “A Georgina é muito forte, apoiamo-nos muito”, rematou.