![A lição de amor próprio de Paolla Oliveira](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/4/2024/02/240214_Snapinsta.app_426745354_1456910068592061_7737927752708326992_n_1080-867x1080.jpg)
Rainha da Bateria da escola de samba Grande Rio, Paolla Oliveira deu uma chapada de luva branca a todos aqueles que nos últimos meses fizeram críticas ao seu corpo e sobre o alegado excesso de peso. Disfarçada de onça, a atriz deslumbrou no Sambódromo e foi, sem dúvida, uma das rainhas do Carnaval do Rio 2024.
Nos últimos meses, sobretudo depois de ter partilhado um vídeo dos ensaios para o Carnaval, Paolla Oliveira, de 41 anos, foi alvo de deselegantes comentários sobre o seu corpo. A atriz foi deixando passar, mas em meados de janeiro, no conhecido programa “Fantástico”, abordou o tema:
“Você imagina, me arrumar de achar linda, fazer uma roupa maravilhosa, e você vai para o ensaio. Chego no ensaio, você é gongada, você é massacrada, criticada, você não quer voltar. Eu não estava me sentindo daquele jeito, estava-me sentido bem, feliz”, começou por dizer.
A atriz explicou depois porque decidiu fazer vídeos do seu corpo real: “Então, eu comecei a ver a onda de mulheres admirando, e eu comecei a ver as críticas de um de um olhar um pouco mais afastado. Eu respondo, eu argumento, eu faço vídeos. Eu me sinto corajosa de estar fazendo isso. Do alto do meu privilégio, uma mulher branca padrão, bem sucedida, eu estou falando: eles não me não me deixam em paz”, defendeu.
Nessa mesma entrevista, Paola Oliveira revelou como as críticias podem ser demolidoras e como aprendeu a lidar com essa pressão sobre o corpo:
“Já me maltratou muito, não queria ver. Eu tinha ataque cardíaco, suava de nervoso de ver uma foto horrível, de ver um braço coisado que não era o que tinha que ser. Então, assim, é uma coisa horrorosa. Eu não acordei um dia e falei assim: ‘A minha pauta da vida vai ser corpo’, do nada. Eu fui provocada, estou sendo provocada há anos. Acho que tudo o que a gente está falando aqui é sobre liberdade, sabia? Liberdade de ter o corpo que eu quiser, de sair do jeito que eu quiser”, concluiu.
Agora, no Carnaval, chegou o momento de calar as críticas com um traje poderoso e uma mensagem inspiradora:
“Que a força da mulher onça amedronte os covardes e os faça chorar.
Que a força da mulher onça acolha aqueles que não tem nada a temer.
Que a força da mulher onça seja imensa e vencedora.
E aquele que fizer força de oposição
Será devorado.
O mal dá à parte contrária o direito legítimo de vingança. Entre os tupinambas há a transfiguração simbólica do mal em algo positivo: depois de devorados, uma vida eterna de prazer a alegria. O mal, assim, é indispensável para a obtenção do bem. O mal é o próprio bem.
O nosso carnaval trouxe antropofagia, disputas identitárias brasileiras e a nossa eterna capacidade de devorar para recriar, rebrotar, revidar. Hoje sou mulher-onça. Símbolo de força, luta e bravura.
Nada poderia ser tão NÓS nesse momento no espaço-tempo”, afirmou numa mensagem com destinatários.