“Podia Ter Esprado por Agosto” é o mais recente trabalho no cinema de Júlia Palha. Ao lado de César Mourão, que neste filme se estreia como realizador, a atriz volta a provar que tem apetência para o humor. Em conversa com a Activa, Júlia Palha falou um pouco sobre como foi aceitar este desafio e o que ainda tem para realizar.
Como conheceu César Mourão?
Conheci o César no Vale Tudo, demo-nos logo bem e muito rapidamente percebi como consegue ser brilhante em qualquer coisa em que coloque um bocadinho de esforço. Ainda durante as gravações do programa, surgiu o convite para protagonizar o filme com ele e não podia ter ficado mais agradecida e entusiasmada com o desafio.
Fale-me um pouco da sua personagem deste filme…
A Laura é a “betinha de Lisboa”, como lhe chama o Julião (personagem interpretada pelo Kevin Dias), que só volta à aldeia do Soajo para visitar o avô nas férias de Verão, em Agosto. Só que desta vez acaba por ter de voltar mais cedo. É assertiva e pragmática na vida, mas acaba por ser uma romântica.
O que a atraiu mais no guião?
A história é muito interessante, mas diria que o que me fez dizer logo que sim, foi o sentido de humor que é tão inteligente e bem conseguido. É um humor de timmings, ou seja, achas piada pelos silêncios, pelo que não é dito, pelo improvável que seria dizeres ou pensares algo numa determinada situação… não é bacoco ou brega. É diferente do que se tem feito.
Quais foram os principais desafios que enfrentou como atriz neste filme?
Diria que foi mesmo conseguir gerir o cansaço, numa fase em que estava a gravar também a novela “Senhora do Mar”, sendo o Soajo a quase 5 horas de carro de Lisboa, foi uma fase em que não tive uma única folga, em que dormi muito pouco, gravei e filmei muitas horas, tive que decorar o dobro do texto, entre outras coisas, foi muito duro, mas tendo visto agora o resultado final, faria tudo novamente.
O que é que o cinema lhe traz de diferente?
Traz-nos mais tempo, quer para criar e pensar o personagem, quer em set para repetir e experimentar versões diferentes de cada cena e assim, aprimorá-las.
Em termos profissionais o que ainda lhe falta fazer que esteja na sua bucket list?
Não diria que tenho uma bucket list, espero continuar uma “eterna insatisfeita” como me costumo intitular, sempre com a sensação de que ainda falta algo por alcançar, porque é essa sensação, é o facto de ainda termos sonhos vivos, que nos dá avidez pelo viver.