Todas as mães querem que as filhas sejam felizes, mas quantas apoiam os seus sonhos? Quantas as incentivam a tentarem coisas novas, a arriscarem sem medo de perder, a serem pessoas melhores e mais completas?
Pois aqui está um bom princípio para quem quer dar novos mundos às filhas (e filhos). Em ‘Portuguesas com M grande’ se conta a história de muitas portuguesas que lutaram para mudar a sociedade convencional.
Há as que conhecemos bem, como Paula Rego ou Florbela Espanca, mas também as menos conhecidas como Olga Mariano, poeta da comunidade cigana, ou Isabel Rilvas, das Enfermeira Paraquedistas. E não se trata apenas de exemplos ou, como está agora na moda dizer-se, ‘inspirações’. O livro é mesmo interessante porque nos conta a história de imensas mulheres que não conhecíamos.
O livro é dedicado às raparigas, mas pode ser lido por mulheres (e homens, evidentemente) de todas as idades.
Claro que ainda há muito para fazer: Portugal continua a não ser um país onde as mulheres possam realizar-se conforme as suas aspirações. Segundo um estudo de 2019 da Fundação Francisco Manuel dos Santos, as mulheres portuguesas sentem-se cansadas, infelizes com a vida, mais mal pagas do que os homens e com mais trabalho do que eles. Mas hoje mais do que nunca, é importante incentivar as meninas a lutar por aquilo que querem e a não se ficarem pelos planeta TikTok ou pelos workshops de maquilhagem, porque há um mundo inteiro lá fora (e dentro delas) para ser descoberto.
Na semana em que se celebra o Dia da Mulher, este é um bom livro para quem tiver filhas e filhos adolescentes: a maioria destas mulheres viveu num Portugal bastante mais difícil e mesmo assim não desistiu. Portanto, é altura de arregaçar as mangas e ir à luta. Quer sejam rapazes quer raparigas.
Já agora, Virgínia Moura foi a primeira portuguesa a terminar o curso de engenharia civil, havendo de ser tornar ativitista antifascista e deputada.
‘Portuguesas com M grande’, Luísa Vicente e Cátia Vidinhas, Ed. Nuvem de Tinta, E17,45