
Os cavalheiros – e eu não vou faltar à minha jura de há pouco, é só uma análise e não uma crítica, prometo – são muito como o outro que como não sabe falar, protesta assim.
É que a fazer fé nos papéis mais ou menos tradicionais e em alguns estudos neurológicos que se banalizaram por aí, nós, mulheres, temos mais habilidade com as palavras do que eles (eu confesso que não possuo lá muita em situações de tensão desse género; perco o meu habitual sangue frio, enervo-me e das duas uma: ou não digo quase nada ou saem-me meia dúzia de disparates que depois dão uma trabalheira a reparar, mas pronto); é enfim voz corrente que os homens não se expressam lá muito bem.
E quando se zangam, pior ainda: enquanto nas ocasiões em que deviam abrir a boca e falar como gente racional e crescida não atam coisa com coisa, se lhes toca o ciúme e/ou a fúria é ouvi-los a atirar quantas tolices há: esbracejam, barafustam, ameaçam fazer cair a casa, atiram impropérios de uma pessoa se benzer, isto se forem rapazes bem educados e não fizerem como na cantiga:vou comprar um dicionário que só tenha nomes feios que é para eu te chamar todos até teres os ouvidos cheios.
Mas lá está: só quem é indiferente, quem não sente nada de nada, é que tem uma calma de morte. E é nas fúrias (isto sem querer defender aqui violências) que muita coisa se revela.
Basta ver o exemplo do Carlinhos da Maia, lá volto eu aos Maias, quando achou injustamente que tinha sido enganado pela Maria Eduarda, que até então ele julgava pura e perfeita como uma Deusa pisando a Terra:
(…)